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Adiar ou governar

A presidente Dilma Rousseff anuncia aos pedaços seus ministros e adia o início do novo governo. Enquanto o governo titubeia, a oposição decide não sair do palanque e prolonga a guerra eleitoral

A presidente Dilma Rousseff anuncia aos pedaços seus ministros e adia o início do novo governo. Enquanto o governo titubeia, a oposição decide não sair do palanque e prolonga a guerra eleitoral (Foto: Sócrates Santana)
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Não é à toa a máxima de que no final de qualquer governo até o café é servido frio. A tradução também é simples: nada sai do lugar até alguém com poder tomar uma decisão. É o caso ignorado pela presidente Dilma Rousseff (PT), que anuncia aos pedaços seus ministros e adia o início do novo governo. Na prática, tudo permanece parado, apesar da confirmação dos nomes – sem posse - dos novos ministros da Fazenda e Planejamento, respectivamente, Joaquim Levy e Nelson Barbosa, além do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Enquanto o governo titubeia, a oposição decide não sair do palanque e prolonga a guerra eleitoral. O candidato derrotado Aécio Neves (PSDB) criminaliza a campanha adversária e, consequentemente, mantém o tom de suspeição das eleições de 2014. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso faz coro e prega o apocalipse econômico com o odor de um abutre sobre a carniça. "Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos", diria, como um mantra, o escritor Nelson Rodrigues.

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O PSDB empurra o governo para a esquerda, como quem chama o outro para a briga ideológica por tantos anos estimulada pelo PT. Rui Falcão, presidente nacional do partido de Dilma Rousseff, entende o jogo e responde com moinhos de vento cada golpe desferido pela oposição, dentro e fora da base aliada, inutilmente. De certa maneira, a presidenta Dilma Rousseff larga a tropa no front à própria sorte e não lidera o que poderia ter sido o término de um ciclo oposicionista capitaneado pelo PSDB. Nunca maltrate o inimigo pela metade, alguém poderia aconselhá-la. Mas não.

Ao optar pela conciliação e acenar com os setores mais antagônicos ao seu governo, a exemplo da senadora ruralista Kátia Abreu, cotada para assumir o Ministério da Agricultura, a presidente sangra por dentro a base social responsável pela manutenção do PT no governo. Apesar de não concordar com o argumento divisionista de Frei Betto, jogando empresários e trabalhadores para lados opostos, considero incoerente entregar pastas estruturantes para pessoas sem qualquer compromisso com a plataforma de campanha que reelegeu Dilma Rousseff.

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É um erro crasso prever a transferência de acertos e erros de cada ministério para o governo de maneira proporcional para quem será computado o acerto e para quem será debitado o erro. Os erros serão de Dilma Rousseff e os acertos dos ministros. O senador americano Hubert H. Humphrey certa vez contemporizou: "Errar é humano. Culpar outra pessoa é política". Será que a presidente vai ter esta chance?

Sócrates Santana é jornalista e ex-assessor de imprensa do governador Jaques Wagner

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