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Ediel Ribeiro

Jornalista, cartunista e escritor

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Adílio, o neguinho da cruzada

Adílio teve somente duas atuações pela Seleção Brasileira de Futebol, o que não diminui em nada o futebol que jogou

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Adílio (Foto: Reprodução (YT))
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Quem não lembra do camisa 8 do Flamengo? Pois é, ele fez 68 anos no último dia 15 de maio.

Sempre fui fã do futebol de Adílio. Conheci o “Neguinho da Cruzada” - apelido que ele ganhou por ter nascido na Cruzada São Sebastião, um conjunto habitacional do Leblon, zona sul do Rio de Janeiro onde moraram Júlio César "Uri Geller" (ex-Flamengo); Rui Rei (ex- Ponte Preta); Ernani e Paulo Pereira (ex-Vasco) - nos ano 2000, quando meu filho Eddie passou a treinar no CFZ, time do Zico, na Barra da Tijuca.

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Ficávamos sentados à beira do gramado, enquanto os garotos corriam em campo. Em uma das conversas que tive com ele, Adílio me falou com carinho do centroavante Nunes: “cara, muita gente diz que Nunes era o único jogador que não era craque naquele time do Flamengo de 81. Falam isso porque não conheciam o Nunes. Nunes jogava muito. Chutava com as duas pernas. Tinha um senso de colocação incrível. Era um ótimo finalizador e um jogador decisivo. Era craque. Talvez por jogar em um time com tantas ‘feras’, ele tenha sido um pouco ofuscado. Mas era craque.”

No livro, “Adílio: Camisa 8 da Nação” (Editora iVentura, 166 págs. - 2013), Renato Zanata Arnos resume a carreira de um dos maiores jogadores do futebol brasileiro em sua posição.

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Com um relato leve e descontraído, Zanata retrata o que foi a carreira brilhante deste craque hábil, versátil, rápido e que sabia fazer gols. Não chutava forte, mas tinha posicionamento na área adversária que mais parecia o de um atacante.

A obra tem prefácio de Mauro Cezar Pereira, orelha de Washington Rodrigues, o Apolinho, e quarta capa de Fernando Calazans.

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De acordo com o Apolinho, Adílio parecia flutuar em campo, alternando dribles incríveis em espaços reduzidos, criando situações claras de gol para os companheiros, com jogadas individuais que surpreendiam os marcadores e levantavam a massa torcedora.

Já Calazans declara que Adílio foi um desses jogadores que estão ficando cada vez mais raros no futebol brasileiro. Porque fazia tudo que um jogador deve fazer no meio-de-campo. Marcava, protegia a defesa. De posse da bola, organizava o time, montava a jogada de ataque, o lance do gol.

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Para Mauro Cezar, o jogador fez história, escrevendo alguns dos mais importantes capítulos da trajetória do time mais popular do Brasil, e por causa disso, merecia mais do que uma música. Merecia um livro. Agora ele tem.

Criado no Flamengo, clube que defendeu por grande parte de sua carreira, Adílio de Oliveira Gonçalves, mais conhecido apenas como Adílio, atuou ao lado de Zico e Andrade no período mais vitorioso da história do Rubro-Negro.

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Com esse time, o Flamengo conquistou suas maiores glórias, incluindo a Copa Libertadores da América, o Campeonato Mundial de Clubes de 1981, e os Brasileiros de 1980, 1982 e 1983.

Em 2020, em um ranking elaborado por especialistas dos jornais ‘O Globo’ e ‘Extra’, figurou na 7ª posição entre os maiores ídolos de futebol da história do Clube de Regatas do Flamengo, clube que defendeu ininterruptamente entre 1975 e 1987, e depois em 1990.

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Após encerrar a carreira no futebol de campo, virou jogador de futsal e atuou como ala-pivô, sendo campeão da Copa do Mundo de Futsal de 1989 com a Seleção Brasileira.

Outros títulos na carreira de Adílio incluem as Taças Guanabaras de 1978, 1979, 1980, 1981, 1982 e 1984, as Taças Rio de 1983, 1985 e 1986 e os Campeonatos Cariocas (Estadual do Rio de Janeiro a partir de 1979) de 1978, 1979 e 1979 (houve dois torneios estaduais em 1979), 1981 e 1986.

Após encerrar sua carreira de jogador, Adílio foi treinador do Bahrain (Arábia Saudita) e do CFZ-RJ. Mas, em 2003, o ex-craque rubro-negro retornou a sua casa, onde trabalhou com as divisões de base do Flamengo.

Em dezembro de 2008, após uma reformulação no Departamento de Futebol do Flamengo, Adílio foi demitido do comando técnico das divisões de base do clube.

Adílio teve somente duas atuações pela Seleção Brasileira de Futebol, o que não diminui em nada o futebol que jogou.

Parabéns, Adílio!

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