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Daniel Quoist

Daniel Quoist, 55, é mestre em jornalismo e ativista dos direitos humanos

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Aécio na Venezuela: O homem de papelão dá menos vexame do que o de carne e osso

Que peso Aécio Neves pensa ter que possa se imiscuir de forma direta e afrontosa na política de um país soberano como a Venezuela?

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Definitivamente uma coisa é certa: a derrota subiu à cabeça da oposição brasileira.

Depois de tantas trapalhadas pós-eleições 2014 Aécio Neves se firma como o político mais sem noção da história recente do Brasil.

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Começou com aquela sua campanha beirando o mais tresloucado desvario: em debates na televisão chamou Luciana Genro de "le-vi-a-na", colocou dedo na cara de Dilma Rousseff; trabalhou despudoradamente pelo fracasso da Copa 2014 no Brasil; entrou com ações de censura descarada à internet tentando proibir a circulação em portais como o Google, Yahoo, Youtube, Facebook e Twitter de notícias sobre tráfico e uso de drogas envolvendo seu nome.

Fechadas as urnas e divulgados os resultados ensaiou um civilizado telefonema à vencedora do pleito reconhecendo a derrota e expressando-lhe votos de sucesso no novo mandato.

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Mas não passou de um falso ensaio, um arremedo do democrata que poderia ser e logo se revelou o que realmente é – um político ressentido à disposição da direita mais reacionária e raivosa que se tem notícia no Brasil desde os anos 1950/1960, época de ouro do corvo golpista Carlos Lacerda.

Aécio Neves quando não apoiou abertamente, atuou nos bastidores para a realização de manifestações pró-impeachment de Dilma nos meses de novembro/2014 a maio/2015, reunindo diversas tribos de conservadores – saudosos da ditadura militar, homofóbicos de todos os quadrantes, evangélicos contra liberalização do aborto e contra o casamento gay, músicos decadentes como Lobão e Roger (Ultraje a rigor).

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E agora, para coroar sua carreira desabalada rumo ao ostracismo, meteu os pés pelas mãos ao viajar com alguns colegas senadores para salvar a Venezuela do sanguinário ditador bolivariano Nicolás Maduro.

Aécio chegou em Caracas acompanhado por Ronaldo Caiado (aquele senador gravemente acusado de corrupto por Demóstenes Torres), Aloísio Nunes (aquele senador que mandou um blogueiro tomar no cu em corredores do Senado), José Agripino Maia (aquele senador em vias de ser julgado por corrupção pelo STF) e outros mais.

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Deu no que deu. A comitiva mambembe não conseguiu nem se afastar do aeroporto. O microonibus em que estava foi sacudida por manifestantes que lhe gritaram "Fora!", "Chávez não morreu, se multiplicou!" No meio dessas patética situação apenas ocorreu ao senadores pedir por telefone que o presidente do Senado Renan Calheiros os salvassem. Mais ridículo impossível.

Mais que telefonar para Renan Calheiros mais produtivo seria pedir socorro aos coxinhas venezuelanos.

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Somente pessoas com cegueira política de nascença conseguiriam protagonizar trapalhada diplomática de tal monta.

Que peso Aécio Neves pensa ter que possa se imiscuir de forma direta e afrontosa na política de um país soberano como a Venezuela?

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Ninguém – nenhum de seus muitos assessores – lhe avisou que não é nem minimamente aceitável dar pitaco em assuntos políticos domésticos de outro país? O que pensaria Aécio de uma comitiva de senadores venezuelanos (ou argentinos, chilenos, ianques ou o que seja) chegando na Papuda para defender José Dirceu?

O que ganharia Aécio Neves e sua trupe desvairada se aliando à notória oposição golpista e financiada pelos Estados Unidos desde os tempos em que Hugo Chávez não passava de um reles coronel do exército venezuelano? O que Aécio e sua comitiva senatorial queriam na Venezuela: deixar de bater ponto em uma quinta-feira, dia útil, no Senado, seu local de trabalho e, também, trabalhar contra o ajuste fiscal usando aeronave da FAB inteiramente às custas da União.

Em um momento em que Geraldo Alckmin se coloca como legítimo nome tucano para disputar a presidência brasileira em 2018 e isola Aécio em seu quadrado de rompantes radicais e de viés golpistas, o que levou o mineirinho a querer derrubar o governo da Venezuela? Ao menos uma dessas opções pode estar certa:

1. Produzir factoides para abastecer com imagens telejornais da Rede Globo, mantendo seu nome na mídia tradicional e sua aliada desde sempre
2. Produzir embaraços à política externa brasileira, cada vez mais soberana e independente, criando assim (aparentes) dificuldades para Dilma Rousseff
3. Produzir experiência suficiente para em breve se dirigir à fronteira da Síria com a missão de defender os direitos humanos no coração do Estado Islâmico
4. Produzir musculatura diplomática para ir a Israel exigir a libertação de presos políticos palestinos

Como me diz um aluno: "Professor, o Aécio de papelão usado na convenção do PSDB ano passado dava menos vexame que este de carne e osso, né?" Sim, bem menos vexame. Ou como escreve um leitor atento às histórias em quadrinhos: "Se FHC estivesse na comitiva, teriam se sentido o próprio esquadrão Classe A, ou os Caça -fantasmas do Leninismo, mas mal chegaram a lembrar a turma do Scooby doo com a famosa máquina do mistério".
Resumo da ópera aeciana: uma coisa ridícula de cada vez, uma de cada vez.

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