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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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“Aha hu hu... o Fachin é nosso”!

"O relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin, pode entrar no rol de suspeitos para julgar processos da força-tarefa comandada por Deltan Dallagnol", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia; "Dallagnol expõe o próprio Fachin como alguém que irá concordar previamente com qualquer decisão ou medida oriunda da força-tarefa"

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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

O relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin, pode entrar no rol de suspeitos para julgar processos da força-tarefa comandada por Deltan Dallagnol. Numa das mensagens aos colegas procuradores, a 13 de julho de 2015, Dallagnol informa ter se reunido com Fachin por 45 minutos e comemora:

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“Aha huhu o Fachin é nosso”!

Além de revelar comportamento de torcida organizada, incompatível com o papel de um Procurador da República, Dallagnol expõe o próprio Fachin como alguém que irá concordar previamente com qualquer decisão ou medida oriunda da força-tarefa.

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A reportagem da “Veja” dessa semana também escancara que Moro mentiu ao ministro Teori Zavascki no caso da prisão de Flávio David Barra, a 28 de julho de 2015.

Seu advogado pediu a suspensão do processo alegando que Moro não tinha competência para julgá-lo por haver parlamentares envolvidos.

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Teori, então relator da Lava Jato no STF, consultou Moro a respeito e este respondeu não saber disso, o que é desmentido por mensagens trocadas no Telegram.

A 5 de outubro de 2015, o procurador Athayde Ribeiro Costa pede à delegada Erika Marena, da Policia Federal, planilha apreendida com Barra e ela responde que “por orientação do russo não tinha tido pressa em “eprocar” (protocolar) o documento. “Russo” era o codinome de Moro na Lava Jato.

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A grande qualidade da matéria que traz à tona esses momentos lamentáveis do Judiciário brasileiro é que, além de confirmar que Moro era o verdadeiro chefe da força-tarefa do MPF ela põe uma pá de cal nas dúvidas acerca da autenticidade do material.

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Assinada por vários repórteres, inclusive pelo próprio Glenn Greenwald, do “The Intercept Brasil”, a reportagem informa, pela primeira vez, que o arquivo é composto por aproximadamente 1 milhão de mensagens ou 30 mil páginas, 649.551 das quais foram analisadas pela publicação, que não encontrou nenhuma manipulação.

Um episódio à primeira vista banal prova novamente a autenticidade das mensagens e a preocupação com o marketing da operação.

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A 7 de maio de 2016 Moro escreve a Dallagnol ter tido um encontro casual com o Faustão da Globo.

“Ele disse que vcs nas entrevistas ou nas coletivas precisam usar uma linguagem mais simples. Para todo mundo entender. Para o povão. Disse que transmitiria o recado. Conselho de quem está a (sic) 28/anos na TV. Pensem nisso”.

“Veja” procurou Faustão e ele confirmou o encontro com Moro.

Vemos aí mais uma vez um juiz federal cometer um grave erro de português: o correto seria escrever “há 28/anos na TV”. Em outros trechos seu desconhecimento do idioma que ele deveria dominar salta aos olhos. “Agradeço se me manter (sic) informado” responde a Dallagnol no dia 5 de julho de 2017 a respeito de rumores de que o ex-deputado Eduardo Cunha faria uma delação premiada. “Conjes” e “rugas” já fazem parte do anedotário nacional.

A prova mais eloquente de que Moro e Dallagnol evitam o confronto com os fatos vem no rodapé da reportagem: a revista revela ter proposto ao ex-juiz e ao atual Procurador da República levar-lhes pessoalmente as mensagens para eles atestarem se são verdadeiras ou não. Eles recusaram. Exigiram que fossem enviadas de forma virtual.

Moro e Dallagnol tentam fugir da verdade, mas a verdade teima em persegui-los.

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