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Ediel Ribeiro

Jornalista, cartunista e escritor

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Ainda sobre Danuza

Toda mulher deveria ler “Quase Tudo”, as memórias da escritora e jornalista Danuza Leão

Danuza Leão (Foto: Reprodução/YouTube)
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Rio - Toda mulher deveria ler “Quase Tudo”, as memórias da escritora e jornalista Danuza Leão.

Melhor. Todos deveriam ler. Homem ou mulher.

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Em “Quase Tudo” (Companhia das Letras - 223 pág.), título sugerido a Danuza por Millôr Fernandes, Danuza conta (quase) tudo. Sem pudor. Desde a infância em Itaguaçu, no Espirito Santo, aos sucessos e fracassos no Rio de Janeiro. 

Aos dez anos, Danuza sai de Itaguaçu e vem para o Rio de Janeiro. Aos quinze, frequentava a casa do pintor Di Cavalcanti. Aos dezoito, foi a primeira modelo brasileira a desfilar no exterior. Aos dezenove, foi visitar o dono do jornal ‘Última Hora’, Samuel Wainer na cadeia. Aos vinte, casou-se com ele, que tinha o dobro da sua idade.

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No Rio, ainda criança, foi vizinha do escritor  Fernando Sabino. Um dia, no mar, Danuza foi levada pela correnteza. Sabino, que havia sido nadador, atirou-se no mar para salvá-la. Tornaram-se grandes amigos.  

Morava em um apartamento na Vieira Souto, em Ipanema, em frente a praia onde os amigos Paulo Francis, Janio de Freitas, Flávio Rangel, Cacá Diegues, Glauber Rocha, Ênio Silveira e a irmã Nara Leão se reuniam para bater papo, beber e tocar violão.

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“Se quiser que o mundo saiba de uma determinada história, escolha a pessoa certa, conte e peça segredo absoluto” - dizia.

A vida pessoal de Danuza sempre foi alvo do interesse das páginas de celebridades. Irmã de outro ícone cultural, a cantora Nara Leão, foi casada com Samuel Wainer, um dos homens mais bonito e poderosos do país. Tempos depois, com três filhos pequenos, separou-se para viver um grande amor com um jornalista e compositor pobre.

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Sobre  o amante - o jornalista Antônio Maria, genial, porém nada atraente - dizia: “Ele me ouve. Nada como um homem que te ouve. Ele me transformou numa mulher diferente.”

Foi polêmica. Por frases como “Ir a Paris ou Nova York perdeu a graça diante do perigo de dar de cara com o porteiro do próprio prédio.” foi chamada de elitista de direita, mas nada disso mexia com ela. 

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Colunista de comportamento e estilo de vida. Escreveu para a Folha de São Paulo por mais de uma década. Foi escritora de sucesso. Entre seus principais livros, se destacam "Na Sala com Danuza", “Danuza Todo Dia”, "Crônicas para Guardar”, “As Aparências Enganam”,"É Tudo Tão Simples" e a autobiografia best-seller "Quase Tudo", publicada em 2005.

Aos quarenta e poucos, já avó, comandou as noitadas da boate Regines´s e Hippopotamus. Danuza foi também dona de boutique, membro de juri de programa de auditório, relações-públicas, entrevistadora de TV, produtora de novela, cronista social e mãe dedicada.

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Observando as pessoas na rua, tomando vinho em um restaurante, passeando no calcadão da praia ou assistindo a uma boa sessão da tarde no sofá: Danuza Leão soube ser só e feliz ao mesmo tempo. Nunca foi uma pessoa dada, acessível, fácil. Era mais para temida, inatingível, especialmente na velhice.  Depois que perdeu o filho Samuel Wainer Filho, jornalista como o pai, morto num acidente automobilístico em 1984,  tornou-se reclusa. 

Viveu muito. Apaixonada e intensamente. Transou nova, velha. Namorou. Casou (três vezes). Viajou. Trabalhou. Escreveu, lindamente. Especialmente suas memórias.

Danuza Leão, morreu nesta quarta-feira, aos 88 anos. Ela sofria de enfisema pulmonar e teve uma insuficiência respiratória. Estava internada na clínica São Vicente, na zona sul do Rio de Janeiro.

Deixa dois filhos, a artista plástica Pinky Wainer e o empresário cinematográfico Bruno Wainer.

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