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Pedro Maciel

Advogado, sócio da Maciel Neto Advocacia, autor de “Reflexões sobre o estudo do Direito”, Ed. Komedi, 2007

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Além do próprio umbigo

Sergio e Rosangela Moro têm compromissos apenas com os seus próprios umbigos; nenhum compromisso com a ética e a lei

Sergio e Rosangela Moro (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)
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Creio que todos nós conhecemos pessoas que acreditam serem os únicos ou, no mínimo, os mais importantes habitantes do mundo; para essa gente, o que importa são seus interesses e paixões; carecem, creio, de equilíbrio emocional e vivem parasitando os outros. Mentem sem remorso, são ardilosos e fazem qualquer coisa para “se darem bem”; egoístas, podem até amar, mas o que os move são seus interesses, por essa razão, os direitos e interesses do outro, por mais legítimos que sejam, são obstáculos que eles removerão a qualquer custo, não há limite ético para esse tipo de gente. Escrevi sábado passado sobre a lógica neoliberal, aliada das teologias da prosperidade e do domínio, que desorganizou o mundo, contudo, esqueci de falar sobre as pessoas egoístas, que só pensam em si e em seus problemas, no seu bem-estar e interesses, que não têm o mínimo de empatia com os outros; ao lado dessas pessoas sempre saímos perdendo, elas sugam o que podem e na hora de retribuir estão muito ocupadas cuidando dos próprios umbigos.

Minha avó Maria era o oposto desse tipo de gente. Uma vez minha ela estava na cozinha e, quando sentimos aquele cheirinho bom, meu avô e eu fomos até lá perguntar o que ela estava preparando, ela disse que era uma sopa de legumes, uma sopa de feijão e algumas “marmitinhas” com comidinhas para os almoços da semana. Nos entreolhamos sem entender e meu avô perguntou: “Maria, para que tudo isso?”, a que ela respondeu, sem dar muita atenção por estar envolvida em toda preparação: “A Martha, esposa do ‘seo” Dito, está doente; vou levar para eles ficarem tranquilos, ela não consegue nem sair da cama e o pessoal dela trabalha fora todos os dias”.

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Foi uma surpresa, pois, a minha avó e a tal Dona Martha mal se falavam, tinham divergências, especialmente porque uma vez os filhos dela foram surpreendidos no quintal de casa comento jabuticaba “sem pedir”, minha avó ralhou com eles, mas os desculpou, mas não desculpou a Dona Martha, que a desautorizou por chamar a atenção deles.

Ficamos surpresos e, em silêncio, demos meia-volta; meu avô voltou a ler o jornal na copa (ele o abria sobre a mesa e lia, sem pressa, cada linha); eu voltei para o quarto tentar resolver exercícios de matemática, eram com os apavorantes “números complexos”, os quais venci graças à Maurinha, minha prima e professora particular voluntária, grandemente responsável por eu ter vencido as minhas dificuldades no ensino médio.

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Fato é que a cizânia não impediu minha avó de fazer o certo.

Faço a introdução também em homenagem à minha avó Maria, mãe de meu pai, devota de São José e dona de energia contagiante e capaz de transformar o mais azedo “limão em limonada”; uma mulher de vida simples e exemplar, que nos dignificou com suas atitudes e cuja lembrança enche nossos corações de gratidão.

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Mas, o ponto sobre o qual pretendo refletir hoje é a cara-de-pau de gente que “só pensa no próprio umbigo”, me refiro a Sergio e Rosangela Moro (os quais, assim como o atual governado de São Paulo, não sobreviveriam sem o Waze, não conhecem nenhuma cidade do estado, são incapazes de ir de carro do aeroporto de Congonhas até o bairro do Bexiga para comer na Cantina Concheta, ou descer em Viracopos e seguir de carro até o Instituto Agronômico ou à Unicamp).

Estou exagerando?

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Vejamos: (i) o “conjo”, para alcançar seus objetivos, conspirou com o MPF, torturou, impiedosamente, o Código Penal, o Código de Processo Penal e a Constituição; e, após interferir nas eleições de 2018, tornou-se ministro de um governo de extrema-direita; ele deixou o ministério da justiça falando mal do seu chefe; tentou ser presidente, não conseguiu; tentou ser senador por São Paulo, não pôde, e, por fim, elegeu-se senador pelo Paraná (estando às portas de perder seu mandato por malversação de dinheiro público); (ii) já a “conja”, que nunca residiu de fato em São Paulo, transferiu seu endereço eleitoral no Paraná para disputar a vaga ao senado, caso seu marido perca o mandato de senador, ou à prefeitura nas eleições municipais desse ano, ou seja, os dois tem compromissos apenas com os seus próprios umbigos; nenhum compromisso com o eleitor paulista, nenhum compromisso com a ética, com a lei e com os princípios de direito eleitoral e constitucional.

Se a “conja” fosse neta da minha avó teria aprendido, pelo exemplo, o que é o certo.

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E a “conja” pode até não gostar e não se importar com o povo paulista, mas ela tem o dever de cumprir o mandato ou de devolvê-lo ao povo. Ela pode não conhecer ou gostar de São Paulo, mas isso não a autoriza a fazer o que quer; o retorno do domicílio eleitoral da ““conja”” para Paraná frustra 217 mil eleitores paulistas, que, iludidos com o verniz de moralidade da lava-jato, depositaram seu voto na esposa do “parcial de Curitiba”.

A “conja” e o “conjo” são um casal que despreza o eleitor, pois ambos torturam as leis eleitorais em benefício próprio, sem nenhuma preocupação com o povo brasileiro.

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Em pouco mais de um ano de seu mandato como deputada por São Paulo (eleita após “inventar” domicílio eleitoral em São Paulo, às vésperas do pleito de 2022), a “conja” agora transfere sua residência eleitoral para o Paraná, um verdadeiro deboche, um atentado à soberania do mandato conferido pelo eleitor de São Paulo.

Ela pretende voltar para o Paraná e levar o mandato do povo paulista, pretende surrupiar uma vaga da bancada paulista? Se for isso trata-se de velhacaria pura.

Só há uma coisa a dizer: “cuidado com gente como a “conja” e com o “conjo”, gente que só pensa no próprio umbigo”, precisamos andar com gente como a minha avó Maria, que fazia o certo e se colocava no lugar do outro.

Essas são as reflexões.

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