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André Barroso

Artista plástico da escola de Belas Artes da UFRJ com curso de pós-graduação em Educação e patrimônio cultural e artístico pela UNB. Trabalhou nos jornais O Fluminense, Diário da tarde (MG), Jornal do Sol (BA), O Dia, Jornal do Brasil, Extra e Diário Lance; além do semanário pasquim e colaboração com a Folha de São Paulo e Correio Braziliense. 18h50 pronto

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Alfinetadas sobre a vacinação do Brasil

"Temos de uma maneira geral, um cenário de trabalho para a imunização da população em geral e um grupo ruidoso que tenta barrar esse trabalho"

(Foto: José Cruz/ ABr)
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Bons tempos em que a indignação popular se manifestava através de frutas ou legumes atirados a distancia contra aquele cidadão que não era bem quisto pela sociedade. Ninguém atirou laranjada na cara de ninguém. No teatro era muito comum o hábito de atirar tomates em apresentações ruins. Ela data do século 19. Da mesma forma que uma apresentação belíssima era recebida com buquê de flores, aquela mal vista teria uma chuva de tomates. A manifestação pública de insatisfação teve ocorrências em 63 D.C., quando Vespasiano recebeu uma chuvarada de nabos. Era o povo se manifestando contra a escassez de alimentos. 

Temos o início sofrido da vacinação infantil, com o grupo antivacinas ruidoso tentando abortar a missão a conta gotas do Ministério da Saúde. A ala mais bolsonarista também luta de todas as formas para impedir a imunização. Já houve processo até contra o Willian Bonner por falar sobre a vacinação. Temos de uma maneira geral, um cenário de trabalho para a imunização da população em geral e um grupo ruidoso que tenta barrar esse trabalho, tendo o presidente com maior garoto propaganda desta missão. Bolsonaro que se orgulha de não ter tomado a vacina é conhecido internacionalmente por ser um dos poucos chefes de Estado que não trabalha a favor do cuidado com a população e receber a alcunha de genocida.

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Recentemente o diretor de NÃO OLHE PARA CIMA, filme de sucesso que aborda líderes de extrema direita e sua visão perante uma questão da ciência, Adam McKay, escreveu em suas redes sociais que o presidente Bolsonaro negaria a existência da vinda do cometa. O pior presidente da história do país, negacionista e antivacina, sempre tentou privilegiar a economia e taxar a pandemia como gripezinha, levou a mais de 600 mil mortes no país. E a ONU lançou a pouco tempo seu relatório mais completo sobre as previsões da economia no mundo. Nenhum outro relatório faz uma análise tão completa como esse. Dos 180 países, o Brasil tem a segunda pior visão de crescimento do PIB, perdendo apenas para Guinea Equatorial.

Hana Horka, a cantora tcheca antivacina, quis se infectar para provar que pode existir a imunização de rebanho. O marido e o filho, vacinados, se infectaram e se curaram. Ela morreu. Djocovid, ou melhor, Djokovic, ótimo tenista, mas antivacina encontrou a barreira sanitária da Austrália e por mais que seus advogados tenham tentado reverter à situação, foi expulso do país. O que pode se repetir no aberto da França. Também seu patrocinador, a Lacoste,  está pensando em retirar a apoio ao esportista. Sem vacina, sem jacaré. Nada mais justo que não patrocinar quem dissemina a doença e a morte.

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A decisão de pais que não querem vacinar seus filhos menores é incentivada pelo propagandista mor, o Presidente da República. Alguns tentam se agarrar achando que a pandemia está no fim ou que agora haverá uma imunização de rebanho, mesmo tendo a OMS ter falado que a pandemia não está no fim. Os negacionistas, “mercadores da dúvida”, procuram uma falsa simetria na ciência e criam teorias, às vezes estapafúrdias, para tentar explicar sua negação. Freud já definia como um mecanismo psicológico, que precisa salvar a integridade do ego de quem nega. Desde o final do ano passado, o ministro da saúde tem feito ataques diários à vacinação infantil, propositadamente para frear o avanço da imunização. Hoje, somos o segundo país por mortes de crianças por COVID. Na época da Polio, também fomos o segundo país em casos no mundo e com uma cobertura vacinal intensa, extinguimos a doença no Brasil.

Quanto mais rápido avançarmos na cobertura, menos ficaremos reféns de mortes e internações graves por COVID. A resposta a esse genocídio será feita tarde, através das urnas. E relembrando o poeta Giuseppe Belli, que afirmou em 1838, no final de um poema, algo que nesse momento sofremos com esse bolsonarismo que atrasa e mata, teremos o mesmo comentário do mundo a cerca do Brasil: “Deus nos salve dos tomates!” 

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