Aliança Lula-Biden pró-trabalhador é ataque ao Congresso neoliberal conduzido por Pacheco-Lira

'O recado de Lula bate fundo no Congresso conservador bolsonarista que fez reforma anti-trabalho e pró-capital', escreve o colunista César Fonseca

Luiz Inácio Lula da Silva (mais destaque, à esq.), Joe Biden (terno azul), Rodrigo Pacheco (com as mãos no queixo) e Arthur Lira (de gravata cor de vinho, à dir., em menor destaque)
Luiz Inácio Lula da Silva (mais destaque, à esq.), Joe Biden (terno azul), Rodrigo Pacheco (com as mãos no queixo) e Arthur Lira (de gravata cor de vinho, à dir., em menor destaque) (Foto: Ricardo Stuckert / PR I Reprodução (CNN))


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O encontro Lula-Biden de defesa de política trabalhista para melhorar a vida dos trabalhadores de aplicativos, maior praga atual do capitalismo mundial sob economia digital, que sequestra todos os direitos da classe laboral, representa duro ataque ao neoliberalismo que o presidente brasileiro condenou em seu histórico discurso na ONU.

O recado dele bate fundo no Congresso conservador bolsonarista que fez reforma trabalhista anti-trabalho e pró-capital, aprofundando, barbaramente, a desigualdade social e contribuindo para manter economia em ritmo de banho maria, diante da expansão do subconsumismo, por sua vez, motor de aceleração da própria desigualdade.

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Os presidentes da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presentes no plenário da Assembleia da ONU, receberam, diretamente, o impacto do recado do presidente Lula, no sentido de que a desigualdade social somente será superada com superação no modelo neoliberal, que ambos conduzem no Congresso, como porta-vozes do mercado financeiro especulativo.

Os esteios desse modelo – câmbio flutuante, metas inflacionárias e superávit primários elevados – são os algozes principais do presidente Lula, por motivos políticos evidentes.

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Eles seguram os gastos sob pressão do mercado por temer evidentes vantagens políticas a serem verificadas nas próximas eleições, a municipal, em 2024, e a presidencial e legislativa, em 2026, quando o titular do Planalto poderá disputar reeleição, caso a economia esteja navegando com apoio popular.

ATAQUE À EDUCAÇÃO E SAÚDE

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O temor do mercado financeiro de que Lula-Haddad não entregará déficit zero em 2024 – e muito menos superávit fiscal nos anos seguintes – produz ruídos e trombadas desde já.

A mídia conservadora, aliada do mercado financeiro, faz intensa pressão para Haddad forçar cortes nos gastos de até 5% no orçamento não-financeiro, enquanto nada diz sobre os absurdos gastos financeiros com a dívida pública interna, cuja ascensão se torna irreversível e perigosa diante da taxa de juro Selic.

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Nessa quarta-feira, esperava-se corte de até 0,75% na Selic, que está na exorbitante altura de 13,25%, mas o conservadorismo do BC Independente manteve-se irredutível, reduziu-a em apenas 0,5%, mesmo com a pressão da Frente de Centro-Esquerda que apoia Lula, sem força congressual, até o momento, depois de nove meses de governo.

As tensões no governo se avolumam diante da burocracia econômica neoliberal da Fazenda que se movimenta para cortar gastos nos setores vitais de educação e saúde.

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Os tetos constitucionais de 15% e 18% da receita corrente líquida correm perigo.

Cogita-se de uma malandragem, segundo o economista Paulo Kliass, de utilizar para cálculo dos valores orçamentários, receitas estimadas em janeiro e não os valores reais da arrecadação federal, que vêm crescendo ao longo dos meses, para justificar cortes na educação e saúde.

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Por que cortar, se a receita estaria crescendo como resultado do aumento de gastos sociais que tem impulsionado, via aumento da arrecadação, crescimento do PIB no primeiro semestre.

A crise política seria inevitável, se fossem concretizadas tesouradas neoliberais na saúde e educação.

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O assunto, certamente, será politizado no Congresso à luz do discurso do presidente na ONU de ataque às medidas neoliberais.

O neoliberalismo não se materializaria em cima dos especuladores da dívida, mas dos setores cujos gastos representa renda disponível para o consumo, para dinamizar investimentos no PAC.

Lula, sob pressão dos petistas, dificilmente, deixaria prosperar aliança da burocracia neoliberal fazendária com os propósitos defendidos por Lira, no Congresso, de modo a satisfazer a gula dos especuladores do mercado financeiro.

A tensão está no ar.

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