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Francisco Calmon

Ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça; membro da Coordenação do Fórum Direito à Memória, Verdade e Justiça do Espírito Santo. Membro da Frente Brasil Popular do ES

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Alvíssaras à justiça de transição

"Só teme o passado quem tem contas a ajustar com a justiça", escreve Francisco Calmon

Militares (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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A retomada da Comissão Especial de Mortos e Desparecidos Políticos é mais um passo para a implementação da justiça de transição, embora com comprometedor atraso. Para minimizar um pouco é necessário compor a Comissão com quem acalenta experiência e memória do trabalhado realizado, portanto, Eugênia Gonzaga deve ser convidada para coordenar os trabalhados.

Não é suficiente recriar e a compor com quadros competentes e comprometidos com a pauta memória, verdade, justiça e reformas, é necessário dotá-la dos recursos materiais necessários ao desempenho do seu mister.

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A escassez de recursos da Comissão de Anistia é alerta para o retorno da CEMDP.

Os desparecidos e mortos já se levantaram algumas vezes através de seus familiares e não foram atendidos em seus pleitos: saber onde foram enterrados, resgaste dos seus restos mortais, tempo para curtir o luto com todas as honras e reverências aos heróis da democracia, a criminalização dos agentes responsáveis pelos crimes de tortura, homicídio e ocultação de cadáver, e reparação moral e pecuniário aos familiares.

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Para além e não singular aos familiares e sim para toda a sociedade e para o Estado democrático de direito, reformas que impeçam a repetição de barbáries como as ocorridas durante a ditadura militar.

Não se resolve somente com programas de formação de direitos humanos para os militares e policiais, a punição é imprescindível para quebrar a cadeia histórica da impunidade e, sobretudo, por obediência constitucional, proibir as forças armadas de participarem ou mesmo se imiscuírem na política.

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Para tanto, consoante ao Manifesto Pela Justiça de Transição da Rede Brasil - Memória Verdade, Justiça, subscrito por 22 entidades, neste espaço em 07 de dezembro de 2022 (https://jornalggn.com.br/direitos-humanos/entidades-lancam-manifesto-pela-justica-de-transicao)*, ratificamos a proposta de criação de uma Comissão Estatal Permanente de Memória e Reparação (CEPMR).

O alcance da memória e reparação a que essa Comissão estará encarregada deverá abranger os períodos traumáticos da história do Brasil – a escravidão dos indígenas e dos negros, as ditaduras do Estado Novo e a militar de 21 anos, e os mais recentes, o genocídio bolsonarista e a intentona da extrema direita de 8 de janeiro de 2023.

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A composição sugerida da CEPMR é de no mínimo 8 (oito) membros, com mandato de cinco anos, renováveis. Representante do Executivo (Ministério dos Direitos Humanos), do Legislativo (Comissão de DH da Câmara), do MPF (idem), da Defensoria Pública Federal (idem) e da sociedade civil (movimentos dos indígenas, dos negros, dos anistiados, e dos filhos e netos dos ex-prisioneiros das ditaduras).

As lembranças periódicas não são somente uma homenagem às suas vítimas, mas, sobretudo, para a humanidade não esquecer do que em seu nome já foram capazes de fazer e impedir a repetição.

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Uma nação sem memória, é uma nação com o DNA da impunidade e à deriva.

A conjuntura atual, de ampla conciliação governamental, não deve ser, porém, a ditadura da amnésia do passado.

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A Justiça de Transição é a ponte segura para a construção de uma democracia sustentável.

Só teme o passado quem tem contas a ajustar com a justiça.

Quando se acredita numa ideia, num ideal, não se luta somente numa conjuntura, mas por toda a vida.

Francisco Celso Calmon

* https://www.holofotenoticias.com.br/?post_type=post&s=entidades+de+direitos+humanos+querem+que+governo+instale+comiss%C3%A3o+permanente+

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