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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Amazônia desnuda, sob nova direção

A jornalista Denise Assis descreve o suplício a que está submetida a Amazônia sob o governo Bolsonaro e adverte: "Parem de tratar a Amazônia com a violência de quem comete um feminicídio. A Amazônia viveu o seu empoderamento. Não merece agora ser estuprada e morta"

(Foto: Aroeira)
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Por Denise Assis, do Jornalistas pela Democracia - A Amazônia, desde que está sob nova direção, mudou o figurino e os hábitos. Para melhor atrair a clientela foi obrigada a aderir a modismos e adotou a depilação radical. Ou quase. Deitada em seu berço esplêndido, viu ser posto abaixo o verde manto que cobria suas intimidades, restando apenas filetes de florestas aqui e ali, dando permissão para que não só a vejam raspada, desnuda, como também que a penetrem os que dela queiram extrair os minérios de suas entranhas. 

Assim, com as carnes à mostra, tem sido comentada mundo afora. Ao ter de despir-se dos tufos verdes, agora é vista como presa fácil de grileiros e invasores, a contaminar a pureza das águas dos seus igarapés, como se inoculassem sífilis em suas terras. Caiu na vida, prostituída por máquinas e homens que a roubaram e, como cafetões, tentam embaralhar os seus números, como aqueles que nos bordéis surrupiam a féria da profissional, dando-lhe de retorno apenas o que acham que merece.  

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Sem cuidá-la, em vez de intensificar a fiscalização sobre o que ainda resta do que a cobre, preferem torturar os números e, às vezes, psicologicamente, os responsáveis por produzi-los. Manipular resultados do monitoramento não irá reduzir os efeitos do desmatamento. Ou levam a sério uma política de preservação ou passarão a omitir o avanço das áreas despeladas, até que os efeitos passem a afetar seriamente a vida produtiva do país, modificar radicalmente o clima e a atividade agrícola. Sem contar os boicotes internacionais aos nossos produtos. Parem de tratar a Amazônia com a violência de quem comete um feminicídio. A Amazônia viveu o seu empoderamento. Não merece agora ser estuprada e morta.

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