Antes da tormenta, a calmaria
Enquanto a oposição se bate em dúvidas – inegável que os neoliberais não formaram verdadeira convicção oposicionista por crer que a realização da agenda econômica lhes atende, ignorando o risco fascista e lamentável que a Esquerda se perca em demarcações territorialistas e leituras ingênuas e retilíneas – o Governo avança naquilo que lhe é conteúdo administrativo e, principalmente, conserva incólume o centro autoritário, golpista
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Dizem os marinheiros que mar calmo e vento fraco são prenúncios de uma tempestade que se arma para logo ali adiante. Experimentados e calejados pelo sal e sol, não se deixam enganar pelas aparências e tal como a prédica de Sun Tzu que dizia que “na paz, preparar-se para a guerra; na guerra, preparar-se para a paz”, nunca ignoram ou subestimam as forças caprichosas da Natureza.
Pois bem, mesmo com a sucessão de arroubos do Presidente da República, não causa estranheza que nos últimos tempos suas declarações tenham baixado o tom, gerado menos polêmicas e conflitos e parecido um recuo? Há muitas interpretações possíveis, desde o conforto de ter alienado o Centrão à base governista até a alegada indisposição da ala militar em enveredar por aventuras radicais e desestabilizadoras ou simplesmente uma mudança tática que esconde o jogo para surpreender os adversários.
Lógico que a divulgação do vídeo não cabe nesse quadro, pois é dado de um mês atrás. E, convenhamos, ali estão escancarados muitos elementos que compõe a ação em curso do poder instalado. O episódio envolvendo o Governador Witzel não é fato isolado e confirma a “profecia” de Damares. Os prospectos de Guedes se confirmam depois da reunião sobre a ajuda emergencial aos Estados. Weintraub talvez seja o menos afortunado na consecução de suas declarações, mas é inegável o cerco ao STF, tipo a constrição aplicada pela sucuri. Mesmo Salles, tem sua “metodologia” confirmada pelos dados ambientais que denunciam a aceleração do desmatamento e invasão de terras indígenas.
Enquanto a oposição se bate em dúvidas – inegável que os neoliberais não formaram verdadeira convicção oposicionista por crer que a realização da agenda econômica lhes atende, ignorando o risco fascista e lamentável que a Esquerda se perca em demarcações territorialistas e leituras ingênuas e retilíneas – o Governo avança naquilo que lhe é conteúdo administrativo e, principalmente, conserva incólume o centro autoritário, golpista e ditatorial.
A transformação da Polícia Federal – com anuência de bandas do Judiciário – de “polícia judiciária” em “polícia política” deveria ensejar diálogos, esforços e construções mais responsáveis, propositivas e unitárias. Quem navega em mar sereno – dizem os velhos do mar – não costuma dar bom marinheiro. A nau “Terra Brasilis” precisa de um timão manuseado por muitos timoneiros, mas estes devem traçar rota e rumo correto.
Sun Tzu também asseverou que “a estratégia sem tática é o caminho mais lento para a vitória. Tática sem estratégia é o ruído antes da derrota”. Cumpre perguntar: temos alguma? Não se enganem, por trás dessa calmaria virá a tormenta. Unir e ampliar para salvar a Nação da crise da crise e do fascismo.
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