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Agassiz Almeida

Foi constituinte em 88 e um dos principais artífices do fortalecimento do Ministério Público na Constituição. Recebeu a máxima comenda da Associação Nacional do Ministério Público pelos relevantes serviços prestados ao MP. É escritor brasileiro e ativista dos direitos humanos

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Antes que seja tarde

O barril de pólvora, Bolsonaro preparou. Falta apenas acender o estopim para se abater sobre o povo brasileiro a tragédia de um enfrentamento mais grave ou até de uma guerra civil

(Foto: Divulgação)
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Vivemos, desde a independência do Brasil, em 1822, um dos seus momentos mais graves como nação. Há pouco mais de dois anos e meio, o que assistimos? A palavra cala e a pena treme para descrever. Os problemas do país, de mês a mês, amontoam-se e se agravam, sem solução, e quando se enfrentam, é de forma errada ou tardiamente.

Ungido por uma febre política no país, em 2018 – a História   retrata bem este fenômeno –, Jair Bolsonaro e sua trupe de filhotes galgaram o poder, com votações consagradoras, elegendo governadores, senadores e deputados, egressos muitos deles de um monturo de sombras.

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Instala-se a síndrome da imbecilidade. Eis aonde chegamos. Da 6ª economia do mundo, fomos rebaixados à 12ª posição. O baronato militar nepotista, na sua marcha insensata, implantou a política do ódio e da cizânia, e dela se alimenta quase diariamente. Escancaram-se as portas ao preconceito, ao racismo, à degradação das minorias e ao desrespeito às instituições. Insulam-se polícias contra governadores, violam-se os mandamentos das Forças Armadas, instituição do Estado - o caso do general Pazuelo é escancaradamente patente -, prega-se descaradamente a violência: “compre fuzil e não compre feijão”.

A pandemia da Covid-19 é um sinistro capítulo à parte, que o mundo acompanhou estarrecido. Cresce a boçalidade criminosa. Ridiculariza-se o uso da vacina: “quer virar jacaré, então, tome a vacina do João Doria”. Debocha-se do isolamento social. Enquanto a maioria dos países já vacinou 70 por cento da sua população com as duas doses, nós patinamos em 32 por cento.

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Estamos nos limites das 600 mil mortes pela Covid-19 e o desencontrado chefe da nação se queda indiferente aos graves problemas do país: a inflação que atinge os mais humildes e a classe média, a alta da gasolina, a crise da energia e a hídrica. No entanto, o motoqueiro mor, simplesmente, não está nem aí. É totalmente despreparado para o exercício da função presidencial. Enfim, quando a nossa população vai acordar deste pesadelo?

No plano criminal, que tipo de delito é este? Genocídio no qual está enquadrado Jair Bolsonaro.

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Olhemos as páginas da História. Os sanguinários ditadores, Hitler, Mussolini, Franco, Pinochet e Idi Amin Dada se apoiaram na política do ódio, da formação de fanáticos, na violência e na cizânia entre compatriotas, familiares, instituições armadas, e formaram verdadeiras legiões de ensandecidos, diante dos quais não sabemos se estão num hospício ou num picadeiro.

O chefe do governo, na desastrada avidez pelo poder, transformou a data símbolo da nação, 7 de setembro, num destampar de graves crimes contra a ordem democrática, a independência dos poderes, e berrou como um apoplético: não vou cumprir decisões do Supremo Tribunal Federal.  Estes tipos se vestem dessa roupagem: o país sou eu. Danem-se a hierarquia militar, os partidos políticos e o sofrimento do povo.

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Deixo estas palavras, que vêm de um velho viandante de longas caminhadas. Ou as forças vivas da nação, Congresso Nacional, Forças Armadas, governadores e sociedade civil se posicionam numa visão patriota de alijar do poder este tresloucado, ou nós poderemos mergulhar numa Síria, num Afeganistão e numa Espanha do século passado.

O barril de pólvora, Bolsonaro preparou. Falta apenas acender o estopim para se abater sobre o povo brasileiro a tragédia de um enfrentamento mais grave ou até de uma guerra civil. Levantemos a voz e decidamos, para que, no amanhã, a História não nos condene por inércia ou covardia.

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