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      Alex Solnik

      Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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      Antipetismo breca ascensão de Haddad

      "O último Ibope revela que o antipetismo cresce de forma assustadora e insana na sociedade brasileira", critica o jornalista Alex Solnik; "O trio Moro, Toffoli e Fux está desempenhando um papel fundamental a favor do candidato da ditadura, mas os efeitos de suas ações autoritárias e anticonstitucionais – a dupla do STF no papel de censores da imprensa e de Lula e o Savanarola de Curitiba jogando Palocci no ventilador - ainda não foram captados pelas pesquisas", acrescenta

      Antipetismo breca ascensão de Haddad

      O último Ibope revela que o antipetismo cresce de forma assustadora e insana na sociedade brasileira. Foi o que fez Haddad parar de crescer, aumentar sua desvantagem e ao mesmo tempo aumentar sua rejeição. A onda, na reta final, que deveria ser, "qualquer um, menos Bolsonaro" virou para "qualquer um, menos o PT". Que horror! A onda foi estimulada pela Globo, na entrevista de Haddad ao Jornal Nacional. Ali começou a batalha para derrotar o PT a todo custo. A reedição da cruzada de 1989, quando a Globo fez o diabo para eleger Collor em vez de Lula e destruiu o país.

      Os telespectadores começaram a ser bombardeados por William Bonner e Renata Vasconcelos com a ideia de que o PT era a grande ameaça. Uma fake News que não precisava de provas, como qualquer fake News. E Bolsonaro ficou relegado a ameaça menor.

      A fulminante ascensão de Haddad nas pesquisas acionou o botão de emergência do antipetismo. Multiplicaram-se manchetes e artigos nas páginas internas dos jornais e dos sites conservadores chamando a atenção somente para os erros dos governos petistas e ressaltando que Haddad cometerá somente os erros do passado e não os acertos que foram muito mais numerosos.

      Parado enquanto baixou enfermaria, Bolsonaro voltou a crescer depois de sair do hospital. Ganha no Rio, seu reduto e também em Minas e em São Paulo, redutos do PSDB.

      A onda a seu favor também foi incrementada pelos ataques de Ciro e de Marina a Haddad. O último Ibope indica que os dois pontos perdidos por ela em relação à pesquisa da semana passada viraram para Bolsonaro, que cresceu três e não para Haddad, que não cresceu. O que se deve, certamente, às suas investidas contra o PT e a favor da Lava Jato.

      Como todo candidato traído, Alckmin foi o último a saber o que Anastasia e Doria faziam às suas costas e que o impedia de crescer nos dois grandes redutos eleitorais tucanos.

      Era de se esperar que os mineiros se vingassem de Alckmin, que ajudou a enterrar Aécio. O que eles ganhariam com a vitória do ex-governador? Acabar com Alckmin garantiria um futuro melhor. "Mineiro só é solidário no câncer" dizia o mineiro Otto Lara Resende, o pai do economista.

      Era igualmente previsível que Doria traísse Alckmin, já que ele queria ser o candidato. Nada mais natural que trabalhar pela derrota de quem o derrotou na preferência do partido. E impedir a sua ascensão. Alckmin estava dormindo com o inimigo.

      O trio Moro, Toffoli e Fux está desempenhando um papel fundamental a favor do candidato da ditadura, mas os efeitos de suas ações autoritárias e anticonstitucionais – a dupla do STF no papel de censores da imprensa e de Lula e o Savanarola de Curitiba jogando Palocci no ventilador - ainda não foram captados pelas pesquisas.

      Perplexo, verifico que o antipetismo está, neste momento, mais forte que o antifascismo.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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