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Roque Ademir Favarin

Pe. e Dr. Sociologia Política na UFSC

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Aos que têm medo de uma ameaça de comunismo

Antes de tudo são conceitos polissêmicos, com várias compreensões teóricas até mesmo nas ciências sociais e econômicas

Aos que têm medo de uma ameaça de comunismo
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Antes de tudo são conceitos polissêmicos, com várias compreensões teóricas até mesmo nas ciências sociais e econômicas. Em todos os países, a partir da década de 1930, para o próprio capitalismo sobreviver precisou redefinir o papel do Estado. Que este interviesse na organização da Economia, no sentido de 'ajudar' os empresários (donos do capital) e os trabalhadores, amenizando a relação assimétrica e selvagem entre capital e trabalho. Modelo conhecido como Estado de Bem-Estar Social.

Precariamente no Brasil se tentou criar este modelo como as leis previdenciárias e a CLT na era Vargas. Este papel do Estado foi adquirindo destaque nas décadas seguintes e atualmente há uma maior dependência grande dos empresários e dos trabalhadores do Estado embora não admitam. Esta dependência se dá através de dois programas governamentais recentes para citar um exemplo: 200 Bilhões de Reais para o Plano Safra destinado para o agronegócio (ou seja, poucos proprietários rurais) e apenas 30 bi para o Programa Bolsa Família, em 2018 (mais de 14 milhões de famílias beneficiadas). O bolsa-família não deixa de ser uma forma de empréstimo pois é necessário uma devolução disfarçada destes parcos recursos ao papel do Estado, mantendo os filhos na escola e no atendimento de saúde).

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Mediante isto é de admirar que tem gente ainda acredita em ameaça do "comunismo". Que há "comunistas" hoje dispostos a tomar sua terras, propriedades, tratores, carros e casas. Pergunto: o Estado (com seus aparelhos como o judiciário e a polícia e principalmente os bancos estatais ou privados) não podem tomar seu carro, sua casa apto e outros seus bens como hipoteca ou como indenização por interesse público? Para educar os filhos não precisamos do Estado que paga (mal porém) toda a estrutura da Escola pública? Para ter atendimento de saúde gratuito não é o Estado que banca? Para manter nossas ruas e estradas transitáveis não dependemos de ações publicas estatais?

Todos, pessoas ricas, de classe média, assalariados ou desempregados, dependem cada vez mais do Estado na sociedade capitalista. Entristece ver gente que pensa e diz que os programas destinados para ajudar os mais pobres, como Bolsa Família, BPC, Prouni, Lei de Quotas, etc são para criar indolentes. Programas que defendem os direitos mínimos das pessoas mais excluídas socialmente e até, em virtude disso, evitam muitos casos da violência e assaltos. Com um mínimo de recursos utilizados (+/- 30 bi R$ ) já veem nisso uma ameça a instalação do comunismo?

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Mas há poucas critica na mídia e nas redes sociais para as anistias constantes dada aos grandes empresários, principalmente do agronegócio. Enquanto um povo, um Estado ou uma cidade tratar desta maneira os mais pobres dificilmente esta nação e/ou cidade irão se desenvolver.

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