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Sergio Barata

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Apreensão de armas e política de segurança no Rio de Janeiro: um olhar crítico

Se o tráfico de armas já era investigado há dois anos, como explicar que somente essa remessa de armas foi apreendida? E se agora afirmam que outras remessas também devem ter entrado no país da mesma forma, por que as armas não foram devidamente interceptadas?

Se o tráfico de armas já era investigado há dois anos, como explicar que somente essa remessa de armas foi apreendida? E se agora afirmam que outras remessas também devem ter entrado no país da mesma forma, por que as armas não foram devidamente interceptadas? (Foto: Sergio Barata)
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Temos muitas lições para aprender a partir da notícia veiculada nas últimas semanas sobre apreensão de fuzis no Aeroporto Tom Jobim. As matérias divulgadas informavam que a apreensão resultava de investigações iniciadas há dois anos, entretanto, dias atrás outras reportagens apontavam que a própria polícia admitira que outras remessas de armas talvez pudessem ter sido traficadas pela mesma quadrilha e pelo mesmo aeroporto nos últimos anos.

A partir dessa premissa ficam as perguntas: se esse tráfico de armas já era investigado há dois anos, como explicar que somente essa remessa de armas foi apreendida? E se agora afirmam que outras remessas também devem ter entrado no país da mesma forma, por que as armas não foram devidamente interceptadas?

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Pouco se atentou ou se questionou sobre o hiato entre o que se propalou como "tempo de investigação" e o resultado da investigação após esses anos. Essa mesma "logica investigativa" havia sido apresentada pela Policia Federal meses atrás quando afirmaram estar investigando a comercialização de carne imprópria para consumo (Operação Carne Fraca), e que deixaram a investigação avançar por meses, mesmo com os riscos evidentes que poderiam causar à saúde pública.

As instituições policiais e as políticas de segurança pública precisam estar alerta sobre sua real capacidade operacional. Constantemente vemos governantes e gestores da segurança pública creditarem sua dificuldade administrativa à falta de recursos financeiros. Ocorre que ainda se gasta muito dinheiro replicando políticas recorrentemente equivocadas, assim como há décadas as polícias já se deparam com a precariedade de material básico para seu funcionamento.

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Além disso, pouco se discute sobre a necessidade de mudança, seja nas diretrizes ou na estrutura que permeia as instituições policiais do estado e do país. Nada contra a polícia divulgar seus "êxitos", até porque esse tipo de informação é de interesse público, mas explicações dessa natureza acabam deixando a sensação de que ou as policias têm falhado na investigação, ou divulgam uma ideia de eficiência que não se sustenta na prática.

O certo é que armas e drogas circulam em grandes quantidades nas comunidades cariocas, e as apreensões diárias se tornam um mero "enxugar de gelo", não produzindo os efeitos almejados na redução da violência. Com isso, enquanto a criminalidade continuar nos mostrando a realidade dos dados com os milhares de fuzis e as toneladas de drogas circulando nas comunidades todos os dias, continuaremos presenciando o crime se banalizando em proporções epidêmicas.

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