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Cesar Calejon

Jornalista, mestre em Mudança Social e Participação Política pela USP com especialização (MBA) em Relações Internacionais pela FGV. Autor dos livros A ascensão do bolsonarismo no Brasil do Século XXI, Tempestade Perfeita: o bolsonarismo e a sindemia covid-19 no Brasil e Sobre Perdas e Danos: negacionismo, lawfare e neofascismo no Brasil

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Aras desconhece a Lei do Brasil ou trata-se de estratégia deliberada?

Para Aras, o discurso golpista de Bolsonaro "não passa de retórica", relata Cesar Calejon

Jair Bolsonaro e Augusto Aras (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
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Por Cesar Calejon, para o 247

Em entrevista publicada ontem por Carolina Brígido, colunista do UOL, Augusto Aras, o procurador-geral da República, contrariou explicitamente o que diz o art. 147 do Código Penal do Brasil. 

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Ao afirmar que “não vai ter golpe” nas eleições, Aras ressaltou que não passa de retórica o discurso de Bolsonaro de que o sistema eleitoral brasileiro não é confiável e o resultado das eleições pode ser fraudado. 

“É a retórica. Eu sou o primeiro procurador-geral da República que vem falar sobre linguística. O ato de comprar uma faca ou um revólver e dizer ‘eu vou matar Joãozinho amanhã’ não é crime. As meras lucubrações, ainda que se manifeste para o seu vizinho, não corresponde a nenhum crime”, disse. 

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Contudo, o art. 147, do Código Penal, preceitua que "(...) ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave” é crime passível de pena de detenção que pode variar entre um e seis meses ou multa financeira.

Neste contexto, cabe indagar: o atual PGR simplesmente desconhece a Lei do Brasil ou trata-se de uma estratégia deliberada tendo em mente futuras punições que poderão ser imputadas aos seus aliados políticos?

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Difícil acreditar que alguém como Augusto Aras não conheça valores tão basilares do ordenamento jurídico nacional, mas é também igualmente difícil de conceber que um jurista desta importância no atual cenário sociopolítico do país seja capaz de negar a Lei brasileira de forma deliberada.

Seja como for, nenhum dos cenários aqui expostos traduz a integridade e a capacidade jurídica que deveriam pautar a atuação de um magistrado que ocupa um cargo de tamanha importância. 

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Inacreditavelmente, Aras ainda culpa a imprensa pelas falas irresponsáveis e criminosas de Bolsonaro, além de avançar um argumento teológico e teleológico para defender a sua atual posição.

“Enquanto a imprensa pode extrair dos discursos (de Bolsonaro) agressão e violência, o velho professor aqui não vê nada de mais. É do jogo da política aquilo. A linguagem especulativa de vocês (imprensa) tem limite”, afirma o magistrado, antes de concluir: “(...) o divino quis que eu entrasse aqui. Não me submeti a nenhum esquema”. 

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Difícil entender e aceitar o nível do surrealismo ao qual o Brasil foi submetido sob a égide do bolsonarismo.  

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