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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

629 artigos

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Armínio puxa tapete de Guedes

(Foto: World Economic Forum / Benedikt von Loebell)
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Golpe armado

Os jogadores de pôquer, os compradores de títulos do governo, que vivem de especulação, que aplicam no fundo financeiro internacional de Armínio Fraga, ex-presidente do BC, na Era FHC, discípulo de George Soros, jogaram a toalha.

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Estão com medo do que Armínio está falando nesses dias, que a desigualdade social não ajuda os aplicadores, representando alto risco para eles.

Sonham com volta de Lula, que combateu desigualdade e deu tranquilidade ao mercado.

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Os jogadores têm pavor da desigualdade virar convulsão social.

Capital especulativo, sem âncora na realidade, é vendaval.

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Sua propensão é a fuga, quando a coisa começa a feder borracha queimada.

Quem vai deixar dinheiro no fogo?

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O programa ultraneoliberal de Paulo Guedes é fogo puro.

Carrega a mão demais na concentração da renda e na exclusão social.

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Olha o lance do salário mínimo!

Ele quer porque quer excluir o mínimo da correção pela inflação.

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Isso bota povão na rua!

Coisa mais pavorosa que isso, para especulador, não existe.

Guedes quer, também, desvincular gastos sociais, fixados na Constituição, da mesma correção.

Os mais pobres são, por Guedes, condenados à morte.

A deforma da Previdência é isso aí: tira dos mais pobres R$ 1 trilhão da circulação em dez anos.

Destrói poder de compra dos salários e gastos sociais, em nome de austeridade fiscal a qualquer custo.

Capa renda disponível para o consumo.

Eleva insuficiência de demanda global, cujas consequências são salário zero ou negativo.

Do ponto de vista do empresário, egoísta e individualista, é uma boa, porque reduz seus custos operacionais e aumenta lucros, mais vália etc.

Para economia, como um todo, porém, é uma merda geral.

A insuficiência crônica de consumo leva ao subconsumismo, à deflação, à queda da taxa de lucro, à miséria absoluta.

Os jogadores, aí, começam a temer pelo futuro de suas poupanças.

O incêndio social pode pegar fogo nelas e tudo virar fumaça.

Tucanos pulam do barco

O fato é que Arminio Fraga está puxando o tapete de Guedes.

Considera que exagera no seu ultraliberalismo e espanta a banca internacional.

Só funciona com ditadura, com Pinochet, do qual Guedes é apóstolo.

Os tucanos, como Armínio, estão mudando de posição.

Primeiro foi o economista André Lara Resende, banqueiro de calça curta.

Expoente do tucanato, cérebro do Plano Real, disse que o processo de desigualdade tem origem na fixação, pelo Banco Central, da taxa de juros acima – bem acima – do crescimento do PIB, desde 1996.

Acertou em cheio em Armínio Fraga, ex-titular do BC, que faz, agora, mea culpa.

Propõe o que os BCs dos países desenvolvidos estão fazendo: jogar dinheiro novo em cima de dinheiro velho, podre.

Com isso, derrubam taxa de juros para zero ou negativa.

Evita impacto destrutivo sobre dívidas públicas, que paralisam governo, empresas e famílias endividadas.

Essa estratégia salva, temporariamente, os rentistas e desmentem diagnósticos neoliberais segundo os quais inflação é fenômeno monetário.

Rola, justamente, o oposto: expansão monetária reduz juros e inflação, em meio à guerra comercial global.

Capitalismo não suporta mais juro positivo.

Os ultraliberais insistem no receituário falido.

Mansueto Almeida, secretário de Política Econômica, prega que o essencial é cortar gasto não financeiro, enxugar dinheiro e deixar solto gasto financeiro, especulativo, para pagar dívida.

Feito isso, garantindo superávit primário, haveria equilíbrio entre dívida/PIB, permitindo redução dos juros e retomada sustentável da economia.

Há três anos, essa receita, ancorada no congelamento de gastos sociais, por vinte anos, está em cena.

O resultado é desastre total: 13 milhões de desempregados, 60 milhões de inadimplentes e 30 milhões de desalentados.

Configurou-se capitalismo sem consumidor.

Cai juro, cai inflação e, como dizem los Hermanos, “todo lo más”, mas desemprego sobe, espetacularmente.

Esse quadro motiva meas-culpas tucanas generalizadas.

Tiro pela culatra

O senador Tasso Jereissati, bilionário empresário do setor de supermercados, relator da deforma da Previdência, na qual não acredita, diz, agora, que o PSDB errou feio ao apoiar o golpe de 2016.

Ao romper o processo democrático, com denúncia vazia do resultado eleitoral de 2014, o PSDB jogou o país no buraco, reconhece o parlamentar cearense.

Reconheceu, também, o golpe, outro dia, no Roda Viva, o ex-presidente golpista, Michel Temer.

Na cara dura, disse que era contra o golpe, que estava conversando com Lula, para ele assumir a Casa Civil, no governo Dilma.

Teria sido surpreendido pela Operação Lavado, comandada por Sério Moro, que virou a mesa, com espionagem criminosa, apoiada pela Rede Globo e o STF.

Tenta tirar o dele fora.

Outra golpista arrependida, a ex-senadora Marta Suplicy, PMDB-SP, passou a defender Lula Livre.

Vai se vendo que o golpe representou tremenda roubada.

Parece, até, que Guedes, também, está dando jeito de pular fora do barco.

Sua estratégia de retirada seria a de insistir com o que Bolsanaro já disse que não aceita: o imposto sobre pagamentos, reedição da CPMF.

Há duas semanas, o secretário da Receita, Marcos Cintra, homem de Guedes, foi, espetacularmente, despachado pelo capitão presidente.

Nessa segunda feira, Guedes, sem se preocupar com a reação do capitão, insiste na mesma estratégia, continuar defendendo a CPMF.

Estaria forçando a barra para ser mandado embora?

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