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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Bolsonaro é a aberração institucionalizada. Um déspota eleito

Em artigo, o jornalista Moisés Mendes escreve que "aberrações como a do negro que odeia negro só reafirmam que a aberração maior, a que sustenta o bolsonarismo, é isso que ainda definem com certa pompa como 'a sociedade brasileira'". "Bolsonaro é uma invenção das nossas patologias sociais e morais", diz ele

O Presidente Jair Bolsonaro durante o Lançamento do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares – PECIM. (Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil; An)
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Não basta que o presidente da Fundação Palmares seja um racista. Para o bolsonarismo, era preciso encontrar um racista negro. Aberrações humanas, que convivem com todos nós, muitas vezes quase caladas, agora têm poder político e falam em voz alta, em todos os escalões.

Um negro que defende a escravidão não é apenas alguém exercendo o direito de se expressar. É um descendente de povos escravizados falando em liberdade de opinião e defendendo a supressão de todas as liberdades. Na escravidão, ele não diria nada do que diz hoje, nem se fosse para bajular seus algozes.

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Mas no Brasil de Bolsonaro já não basta ser uma aberração, como as que circulam por aí, algumas tão próximas que não há como mantê-las à distância, porque são da família. Assim é a nossa vida torta, diversa e imperfeita. Agora as aberrações avançam e chegam à gestão de políticas públicas.

O negro racista em cargo público de comando é um problema e provoca indignações entre brancos do grupo de apoio do bolsonarismo, mas é um problema pequeno, um dos custos a serem pagos pelo antilulismo e pelo antiesquerdismo. O que importa é o projeto macro de Bolsonaro e esse projeto é “liberal”.

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A elite brasileira aceita Bolsonaro em nome das reformas e do trabalho sujo que é preciso ser feito para destruir a educação pública, o SUS, os direitos sociais, as leis trabalhistas, a indústria nacional, a Amazônia.

Aberrações como a do negro que odeia negro só reafirmam que a aberração maior, a que sustenta o bolsonarismo, é isso que ainda definem com certa pompa como “a sociedade brasileira”. Bolsonaro é uma invenção das nossas patologias sociais e morais.

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Sem a aberração coletiva que o elegeu, Bolsonaro não existiria, seria apenas um reacionário amigo do Queiroz e vizinho do Ronnie Lessa, ou continuaria sendo um deputado sem expressão e sem turma.

Bolsonaro é a aberração institucionalizada. Não é resultado de uma ditadura, nem uma imposição dos militares, não é um monarca. Bolsonaro é um déspota eleito.

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A direita atrofiada descobriu que pode produzir figuras públicas repulsivas no atacado explorando medos, mentiras, desalentos e ignorâncias.

Às vezes, é preciso aplicar um golpe, como aplicaram na Bolívia. Mas são acidentes. A extrema direita foi mais competente, na manipulação da democracia, do que a direita clássica dita conservadora liberal. Perdemos o direito à normalidade.

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As pessoas em cargos públicos que condenam tudo o que deveriam defender (o negro, o meio ambiente, a Justiça, o patrimônio público, a educação) são o Brasil representado nesses altos escalões.

Sim, o negro racista é uma exceção. Mas uma exceção com potência máxima. O negro racista está lá por ter poder político, e que poder. Ele é mais uma expressão dos descaminhos da democracia. As aberrações nos governam.

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