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    Hildegard Angel

    Jornalista, ex-atriz, filha da estilista Zuzu Angel e irmã do militante político Stuart Angel Jones

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    As boas-vindas a Marcia Tiburi de volta de seu auto-exílio

    "Marcia corre pela sala, escolhendo as paredes onde seus quadros serão exibidos", conta Hildegard Angel sobre a festa de boas-vindas à filósofa

    Festa de boas-vindas à filósofa Marcia Tiburi, São Paulo, SP 14/7/23 (Foto: Arquivo pessoal)

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    Foi em São Paulo, num edifício com nome de príncipe e um portão de entrada que só o Palais de L'Élysées tem parecido. Era jantar de boas-vindas para a filósofa Marcia Tiburi, auto-exilada na Europa devido aos ataques e ameaças que passou a sofrer, na era do inominável, sobretudo do MBL.

    Por amor à pele, ela se refugiou na França, onde descobriu sua vocação de pintora. Chegou abraçando duas telas encomendadas pelo anfitrião Walfrido Warde, dos maiores advogados de SP, especialista em grandes contenciosos. Nos quadros, imensos e de forte impacto visual, se destacam o ouro, tons terrosos e o vermelho, inspirando sudários de sofrimento, torturas, dor. Marcia é uma revelação!

    Performática, ela estende os trabalhos no chão, exibe neles as marcas de suas pegadas, a vida impressa na abstração. Junto com Walfrido, Marcia corre pela sala, escolhendo as paredes onde os quadros serão exibidos. Sobem no sofá, a tela derruba um copo de vinho, os empregados correm para limpar e secar, uma performance e tanto!

    E nós, na plateia, entramos na brincadeira. Este foi apenas um ato do jantar-espetáculo com direito a outra obra de arte: o bufê. É, gente, os banquetes paulistanos são como naturezas mortas ao nível de Caravaggio, Cézanne, Matisse, em que a beleza só perde para o sabor.

    Como dessert da noite pantagruélica, o relato de outro talento desconhecido da Tiburi: ela vê fantasmas! Vê tanto que, quando sai às ruas, não sabe discernir quem é vivo, quem é morto. Mas era bem morto o fantasma de um Orléans e Bragança, finado morador do apartamento de Marcia na Rui Barbosa, RJ, e que não perdia a fleugma nem para assombrar. Se fossem encontros informais, o fantasma aristocrata aparecia de pijama listrado. Nas festas de gala, surgia em smoking de flanela marrom. Fiquei imaginando o chiquê.

    Zelia Duncan e Flávia Pedras, a viúva de Jô Soares, que estavam lá, podem confirmar o que digo. Bem como os jornalistas do #brasil247, Leonardo Attuch, Joaquim de Carvalho e Florestan Fernandes Jr., com suas belas mulheres, o deputado Emidio de Souza (PT), o antiquario André Danemberg e mais e mais.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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