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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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As muitas farsas de Serra, o "careca" do PSDB

"Serra foi um competidor desleal. Na eleição contra Dilma Rousseff, em 2010, forjou a famosa cena da bolinha de papel, e ali ele se denunciou como farsante do jogo sujo da política", lembra o colunista Moisés Mendes

Polícia Federal e José Serra (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado | ABr)
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José Serra, o zumbi tucano que a Lava-Jato decidiu finalmente pegar, para provar que ainda está viva, poderia ser uma inspiração para os estudantes brasileiros resignados desde o golpe de agosto de 2016.

Poderia, se não tivesse construído uma trajetória torta, até corromper a própria filha, transformada em administradora das suas propinas.

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Serra foi a maior expressão política brasileira do século 20 com origem no movimento estudantil. Pergunte a algum estudante se ele sabe disso.

Que Serra era presidente da UNE quando o golpe de 64 aconteceu. Que teve de se exilar no Chile, que retornou ao Brasil em 1978 (um ano antes da anistia), que lecionou na Universidade de Campinas, foi deputado, senador, ministro, governador.

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Nunca houve outro líder estudantil com a trajetória de José Serra. Mas há um detalhe na sua biografia, presente em muitos textos, mas escondido na maioria, que o iguala a Carlo Alberto Decotelli, o que quase foi ministro com títulos falsos.

Serra fugiu do Brasil, com o golpe de 64, sem ter concluído o curso de Economia na USP. Em Santiago, conseguiu, ninguém sabe como, fazer mestrado na Universidade do Chile, em 1972.

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Foi morar nos Estados Unidos e em 1977 tornou-se doutor em Economia pela Cornell University. Voltou ao Brasil e passou a lecionar Economia na Unicamp.

Nunca foi brilhante (não há nada que tenha escrito, além de um texto a quatro mãos com Maria da Conceição Tavares), mas sempre foi respeitado.

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É óbvio que Serra era alguém habilitado a lecionar e a refletir como economista, não pelas exigências formais e legais, mas pelo talento que o levou a ocupar altos cargos. Foi secretário de Economia e Planejamento de São Paulo, entre 1983 e 1985. Depois foi ministro do Planejamento de Fernando Henrique.

Mas há essa brecha na sua trajetória de estudante que nunca foi investigada. A imprensa amiga dos tucanos nunca se preocupou em fazer com o currículo de Serra o que fez com o de Decotelli. Como ele burlou o acesso à Universidade do Chile? Como conseguiu lecionar na Unicamp sem ter feito a graduação?

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Agora, isso talvez não interesse mais. Serra, o moralista que atacou Dilma quando do golpe de 2016, mentia sobre sua titulação. E nunca ninguém explicou como conseguiu voltar em 1978, sabendo-se que nenhum exilado retornou ao Brasil antes de 1979, com a anistia.

O seu desfecho como figura pública é terrível para quem estava ao lado de Jango no famoso discurso de 13 de março na Central do Brasil, duas semanas antes do golpe.

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Serra foi um dos fundadores do PSDB. Foi um bom ministro da Saúde (quebrou a patente do nelfinavir, usado no coquetel anti-Aids e implantou os genéricos).

Mas foi um competidor desleal. Na eleição contra Dilma Rousseff, em 2010, forjou a famosa cena da bolinha de papel, e ali ele se denunciou como farsante do jogo sujo da política. E foi um governador de São Paulo corrupto, o que só a Lava-Jato não sabia.

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