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Bepe Damasco

Jornalista, editor do Blog do Bepe

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As novas regras fiscais e o velho antipetismo da mídia

"Entre sorrisos amarelos, analistas globais até reconhecem a qualidade do trabalho, mas sem deixar a mediocridade de lado", indica

Fernando Haddad (Foto: Lula Marques/ABr)
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1) Bolsonaro deixou o governo com um rombo orçamentário gigantesco, resultado de uma aventura eleitoral irresponsável e criminosa, distribuindo dinheiro a torto e a direito, para comprar votos.

Mas, para a Globo e demais veículos da imprensa corporativa, o governo Lula, através principalmente do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, detinha uma varinha mágica, capaz de pôr as contas em ordem imediatamente. Bastava, por exemplo, cortar os investimentos sociais.

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2) Para enfrentar a sabotagem explícita à economia do país por parte do Banco Central, que insiste em manter a maior taxa de juros do mundo, Haddad decide antecipar para março o anúncio das novas regras fiscais.

O esforço do ministro, contudo, para os comentaristas econômicos, corre o sério risco de fracassar caso Haddad se renda às “pressões” de Lula e não considere no seu texto saúde e educação como gastos, mas sim como investimentos.

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3) Em um governo liderado por um partido democrático como o PT, nada mais natural que uma proposta tão complexa, fundamental para alavancar o crescimento do país nos próximos anos, seja objeto de críticas e sugestões de outros ministros, bem como de parlamentares e lideranças do PT e do campo progressista.

Porém, da forma maniqueísta e binária que lhe é peculiar, a imprensa dispensa ao ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa, ao presidente do BNDES, Aluízio Mercadante, e, principalmente, à presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, o tratamento de inimigos da proposta gestada por Haddad e sua equipe da Fazenda.

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4) Buscando o respaldo necessário para aprovar as novas regras, Haddad faz um périplo pela República apresentando o trabalho para o vice-presidente Geraldo Alckmin, para os presidentes da Câmara e do Senado e, por fim, para Lula, que o aconselha a ouvir também economistas não ligados ao mercado financeiro.

Acostumada com os pacotes enfiados goela abaixo da sociedade por governos conservadores e com o autoritarismo ultraneoliberal e entreguista de Paulo Guedes, a mídia confunde zelo com a coisa pública com “bateção de cabeças” e indefinição deletéria aos interesses do país.

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5) Antes de ter sua visita à China cancelada por motivos de saúde, Lula determina o óbvio: o arcabouço só seria anunciado na volta da viagem, pois Haddad e ele teriam que estar no Brasil para as entrevistas e explicações devidas.

Mais rame-rame na imprensa sobre os prejuízos causados ao mercado pelas “idas e vindas” das novas regras. Comentaristas chegam a vestir em Haddad o figurino de inocente útil, sempre enganado, já que, de início, ele queria anunciar o plano antes da ida para a China.

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6) Escrevo na manhã de quinta-feira (30), dia em que está previsto o anúncio oficial das medidas, depois de Lula ter batido o martelo. Mas, desde a véspera, o inevitável vazamento dos principais pontos mostra que a proposta combina responsabilidade social com ações para conter o déficit público, a ponto de projetar contas no azul a partir de 2025.

Entre sorrisos amarelos, analistas globais até reconhecem a qualidade do trabalho, mas sem deixar a mediocridade de lado. Como vivem assombrados com o fantasma do PT, dizem que foi uma “vitória do ministro Haddad contra o PT.”

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Haja pobreza de espírito.

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