As portas de saída e as serventias da casa

O filho de Teori Zawaski, pelo que li há pouco, escreveu que o seu pai consultara informalmente o Exército sobre eventuais desfechos da Lava Jato, que respondeu que sustentaria o Supremo ate o fim.

Com a Globo assumindo o fim do governo, parece que há duas saídas a vista: eleições com constituinte ou governo STF-FFAA de transição a algo incerto e não sabido. A não ser que o STF banque a saída indireta, que deve ser a primeira ideia de pactuação da maioria do sistema político. Ao menos nesta madrugada.

Pode ser a razão pela qual a presidente da Corte se reuniu estranhamente com alguns pesos pesados (que restam) do PIB na semana passada.
Claro que nem a Corte está, neste dia de surpresas, unida em torno do que vai pretender. Lá devem ter ministros pró- Diretas, Indiretas ou deixar o processo correr como se nada estivesse em curso. Último caso este pouco provável que vingue apos tanto ativismo judicial.

Porém, dificilmente a sociedade, seja de esquerda ou direita, aceitaria esta formula indireta. Talvez parte dela aceite, derradeiramente, pagar para ver uma fórmula ousada - e que indignaria o sistema político e o bloco governista - de impedir que Rodrigo Maia e Eunício Oliveira, investigados na Lava Jato, assumam, caindo o governo nas mãos de Carmem Lúcia, como se uma sucessão normal, já sendo anormal, estivesse ocorrendo

Temer, hoje, não depende mais de sua forte base parlamentar, que lhe garantiria ante impopularidades, pedidos de Impeachment e outrem desta natureza (afora a morosidade do Judiciário sobre o julgamento da chapa de 2014).

O imponderável aconteceu e sua queda é, sim, possível apesar disso.

Alguém antes dele já esbravejou, sem retaguarda necessária e timing perdido, que não haveria renúncia ou rendição.

Claro que o preciosismo estratégico da Lava Jato chegou ao limite, após alvejar os três maiores partidos do Pais. E, como reflexo imediato, o sistema político tende a ser reativo.

Contudo, de uma crise politica inédita, que radicalizou o Brasil de forma inédita, a tradição conciliadora nacional a ser evocada, ao menos pelos democratas, só pode ser a antecipação de eleições e Constituinte originária.

É a oportunidade menos penosa e a mais produtiva, para a democracia e para a economia.

Fora Trump.