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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Assassinos de Beto Freitas, no Carrefour, sentiram-se amparados pela legislação fascista bolsonarista

Jornalista César Fonseca destaca que a retórica de violência defendida pelo governo Jair Bolsonaro estimula crimes como o perpetrado contra o homem negro João Alberto Silveira Freitas. "Estarão resguardados juridicamente, e tudo, certamente, ficará por isso, mesmo, no País em que a prepotência do vice-presidente anuncia inexistir racismo"

(Foto: Divulgação)
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Barbárie legalizada

O Brasil, bestificado, assiste a negação da história amparada na exclusão de ilicitude fascista do falso de direito bolsonarista racista  de matar. Como deseja o vice presidente seguir carreira política depois de deixar o cargo no qual não conseguirá se manter, pelo menos ao lado de Bolsonaro, que não quer mais vê-lo, nem pintado de ouro, se nega a realidade?

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Porque viveu dois anos nos Estados Unidos e lá viu um racismo violentamente segregacionista, aberto, conclui que, por aqui, por ser oculto e cínico, ele não existe, embora seja escrachado para quem tem olhos para ver.

Não acompanhou ou pelo menos não tem notícia dos resultados da CPI, na Câmara, sobre a violência racial, cujas vítimas são os negros, jovens e pobres?

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Nunca leu Machado de Assis, Lima Barreto?

Não sentiu nem percebeu nas páginas desses geniais artistas negros, os sinais evidentes de uma sociedade doente, afetada pelo preconceito de raça?

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Não leu a História do Povo Brasileiro, de Darci Ribeiro, a antropologia de Abdias do Nascimento?

Agora, a gente vai entendendo o que Bolsonaro disse ao destacar que Mourão é muito mais tosco que ele, o presidente, em cuja pessoa se sente total ausência de espírito de solidariedade para com o outro.

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Qual o pior: Bolsonaro, que se patenteia, explicitamente, como um bronco sem qualificação, hoje, renegado pelos seus próprios pares, como se vê pelas opiniões sobre ele do general Santos Cruz, ou Mourão, que vê a realidade como câmara invertida?

Mourão repetirá a mentira mil vezes até que ganhe, pelo menos na cabeça dele, foros de verdade, e se sinta recompensado por enganar a si mesmo, atuando na linha de Goelbs?

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Ele poderá, com seus botões, raciocinar que é, até, mais negro que branco, chegado ao cafuzo, concluir que, apesar disso chegou a general e afirmar, com convicção, que, pelo menos, no Exército não existe racismo.

Individualiza-se a situação em si e a generaliza para o resto, de modo a aplacar sua consciência abstrata, descolada do real concreto em movimento, como diria Hegel.

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Mas bastaria ler, para derrubar seus equívocos, Escravidão, de Laurentino Gomes, ou o Abolicionismo, de Joaquim Nabuco, que retrata sua luta política no Império, para chegar ao entendimento contrário.

O fato, enfim, é o seguinte: a realidade nazifascista que predomina no Brasil, na Era Bolsonaro/Mourão, é a que expressa o conceito jurídico de exclusão da ilicitude, que os bolsonaristas aprovaram num Congresso de maioria ultradireitista insana.

Primeiro, atira, depois, argumenta em defesa da sensação de se estar sendo atacado para reagir em legítima defesa.

Os assassinos de Beto Freitas, no Carrefour, em Porto Alegre, sentiram-se, inconscientemente, amparados pela legislação fascista bolsonarista.

Praticaram o crime sentindo-se amparados por lei.

Nos tribunais fascistas, serão absorvidos.

Estarão resguardados juridicamente, e tudo, certamente, ficará por isso, mesmo, no País em que a prepotência do vice-presidente anuncia inexistir racismo, como se sua sentença abrigasse valor absoluto, carente de qualquer bom senso.

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