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Marcelo Zero

É sociólogo, especialista em Relações Internacionais e assessor da liderança do PT no Senado

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Ataque grave e preocupante

Comentários sobre o ataque de Israel à repartição consular do Irã em Damasco, por Marcelo Zero

Bandeira iraniana é vista enquanto fumaça sobe após o ataque israelense a um prédio próximo à embaixada iraniana em Damasco (Foto: REUTERS/Firas Makdesi)
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O atentado do governo de extrema-direita de Israel contra a repartição consular do Irã em Damasco, Síria, é algo muito grave.

Em primeiro lugar, porque ele afronta as normas internacionais, especialmente a Convenção de Viena sobre Relações Consulares, a qual prevê, em seu artigo 31º, a inviolabilidade das repartições consulares.

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Em segundo, porque ele tende a estender o conflito israelo-palestino para o Líbano e a Síria, com consequências imprevisíveis e perigosas. É algo que não deverá “passar em branco”.

Observe-se que, no ataque ao consulado, definido como “atentado terrorista” pela Síria e pelo Irã, morreram o Brigadeiro-General Mohammad Reza Zahedi, comandante sênior da Força Quds, e seu vice-general Mohammad Hadi Hajriahimi. O prédio inteiro foi destruído e a bomba causou muitos danos em edificações adjacentes.

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O governo de extrema-direita de Israel, bastante isolado e acusado formalmente de genocídio na CIJ, parece estar querendo aprofundar o conflito e ocupar, de novo, o sul do Líbano, controlado pelo Hezbollah, grupo com fortes ligações com Teerã.

Netanyahu aposta na guerra para permanecer no poder. Parece não ter limites. Sequer segue as recomendações de seu principal aliado, os EUA. Vai até mesmo censurar ou proibir mídias que não lhe são favoráveis, como a Al Jazeera.

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São necessárias firme condenação internacional e ações para se evitar o pior.

Lembramos que não é a primeira vez que embaixadas e consulados se tornam alvos de guerra.

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Em 1999, durante a intervenção da Otan na então Iugoslávia, a embaixada da China em Belgrado foi bombardeada, ocasionando a morte de três funcionários e ferindo vinte outros.

Mais recentemente, quando do início do conflito na Ucrânia, a China lembrou do episódio.

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Com efeito, em 2022, a representação diplomática da China na União Europeia rejeitou o pedido da Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan) para "condenar claramente" a invasão russa da Ucrânia.

Segundo o porta-voz daquela representação:

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"O povo chinês pode se relacionar plenamente com as dores e sofrimentos de outros países porque nunca esqueceremos quem bombardeou nossa embaixada na República Federal da Iugoslávia”.

Acrescentou, ainda, que:

"Não precisamos de palestras sobre justiça do abusador do direito internacional. Como remanescente da Guerra Fria e a maior aliança militar do mundo, a Otan continua a expandir seu escopo geográfico e alcance de operações. Que tipo de papel desempenhou na paz e estabilidade mundiais? A Otan precisa ter uma boa reflexão".

Reflexão que não veio e, aparentemente, jamais virá, acrescentamos. Isso vale também para Netanyahu.

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