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Washington Araújo

Jornalista, escritor, professor da UnB, tem 17 livros sobre mídia e direitos humanos. Autor do blog de jornalismo e cultura Cidadaodomundo.org

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Até quando adiaremos a paz mundial?

Mais alguns dias e 2014 será apenas história. Não a história de grandes avanços da humanidade, mas a história de tropeços e tragédias os mais variados colocando sempre na corda bamba a sempre almejada paz mundial

Mais alguns dias e 2014 será apenas história. Não a história de grandes avanços da humanidade, mas a história de tropeços e tragédias os mais variados colocando sempre na corda bamba a sempre almejada paz mundial (Foto: Washington Araújo)
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Mais alguns dias e 2014 será apenas história. Não a história de grandes avanços da humanidade, mas a história de tropeços e tragédias os mais variados colocando sempre na corda bamba a sempre almejada paz mundial.

A violência no mundo é a pior desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

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A piora dos últimos sete anos reverteu todo o progresso dos últimos 60 anos.

Atividades terroristas, conflitos internos e aumento no número de refugiados foram os fatores que mais contribuíram para a deterioração da paz no mundo nesses últimos anos da segunda década do século 21.

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Em um mundo cada vez mais hipnotizado por indicadores econômicos, com seus sinais de claro e escuro a distinguir povos desenvolvidos de não-desenvolvidos, torna propício esse momento para refletirmos que a violência causou um prejuízo de 9,8 trilhões de dólares em todo o mundo apenas em 2013, ou seja, 11,3% de toda a riqueza produzida. E isso equivale a um custo de 1.350 dólares por pessoa.

A questão que se impõe é: quais serão as funestas cifras da violência para este 2014 já com seus dias contados?

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É desconcertante observar que 8% da população mundial (560 milhões de pessoas) busca sobreviver nos 11 países mais violentos do mundo. Entre os piores, encontram-se a Síria, o Afeganistão, o Sudão do Sul, o Iraque e a Somália.

Na outra ponta, temos informe seguro dando conta que 5,5% da população mundial (385 milhões de pessoas) vive nos países considerados com "alto índice" de paz. Sintomático o fato que sete dos 10 países mais pacíficos do mundo estão na Europa, como Islândia e Dinamarca.

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Estes dados bem pouco alentadores integram estudo recente do Institute for Economics & Peace e demonstram à larga o que já era perceptível: o mundo está piorando.

No entanto, no próximo anos assinalaremos o transcurso de trinta anos desde que foi publicado instigante chamamento aos povos do mundo pela Casa Universal de Justiça. Corria o mês de outubro de 1985 quando o valioso documento – certamente o mais espetacular, lúcido e assertivo estudo sobre o tema da paz mundial – foi compartilhado com mais que uma centena de governantes de estados e nações do mundo.

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Em suas páginas ganharam relevo vigorosas considerações sobre a paz mundial enquanto processo, destacava os inúmeros esforços de governos e de instituições da sociedade civil e também as várias contribuições de líderes religiosos, pensadores, filósofos, cientistas e estudiosos em geral sobre as causas de fracassarmos no estabelecimento da paz e as avenidas que uma humanidade aflita deveria trilhar para ter atingir aquele estágio planetário há tanto aguardado – o estabelecimento de uma paz mundial, sólida e duradoura.

A certa altura encontramos o seguinte excerto:

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"É corriqueira a percepção que as agressões e os conflitos têm de tal maneira caracterizado os nossos sistemas sociais, econômicos e religiosos, que muitos já se entregaram à noção de que tal comportamento é intrínseco à natureza humana e, consequentemente, é inextirpável.

"Com a consolidação desse ponto de vista, assistimos ao desenvolvimento de uma contradição paralisante nos afazeres humanos.

"Por um lado, as pessoas de todas as nações proclamam não só o seu anseio de paz e harmonia, mas também a sua disposição de estabelecê-las e de por termo às apreensões devastadoras que atormentam as suas vidas diárias. Por outro lado, concede-se aceitação indiscriminada à noção de que os seres humanos são incorrigivelmente egoístas e agressivos, e, portanto, incapazes de erigir um sistema social simultaneamente progressivo e pacífico, dinâmico e harmonioso - um sistema que dê liberdade à iniciativa e à criatividade individuais, mas baseadas na cooperação e na reciprocidade."

É trágico perceber que nestas semanas finais de 2014 cerca de 500 milhões de pessoas vivem em países com alta instabilidade e riscos de conflito. E conviver com o fato que 200 milhões dessas estão abaixo da linha da pobreza.

Desde 2008, 111 países pioraram, se tornando mais violentos. Ao mesmo tempo, apenas 51 países melhoraram, se tornando mais pacíficos.

Tais números prenunciam, sem a necessidade de estudos e reflexões adicionais, o óbito de uma Ordem mundial lamentavelmente defeituosa, um sistema mundial incapaz de lidar com suas graves contradições na administração da justiça e na distribuição de bem-estar social para todos os povos, independentemente de suas raças, cores, etnias, nacionalidades, credos e sistemas ideológicos.

O ano novo (2015) que logo vem bater à nossa porta recebe este portentoso déficit civilizacional, herança que é de sucessivas gerações de governantes desatentas ao verdadeiro desafio que lhes é de direito enfrentar: desafio de construir instituições multilaterais sólidas, com legislações inclusivas do ponto de vista do desenvolvimento humano, e que possuam mecanismos adequados para combater os viciados e multifacetados estigmas da corrupção social, do fundamentalismo religioso e do cego materialismo que, juntos e entrelaçados, impedem a humanidade de alcançar seu verdadeiro destino.

E este destino que não pertence a uma só nação, a um só povo, é um destino comum em que sejam assegurados a paz e o bem-estar mundial à totalidade dos 7 bilhões de seres humanos que povoam este "nosso pálido ponto azul" – o planeta Terra.

Todos, sem exceção. E nenhum ser humano a menos.

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