CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Cesar Calejon avatar

Cesar Calejon

Jornalista, mestre em Mudança Social e Participação Política pela USP com especialização (MBA) em Relações Internacionais pela FGV. Autor dos livros A ascensão do bolsonarismo no Brasil do Século XXI, Tempestade Perfeita: o bolsonarismo e a sindemia covid-19 no Brasil e Sobre Perdas e Danos: negacionismo, lawfare e neofascismo no Brasil

36 artigos

blog

Autocracia de estado, autocracia de mercado e a nova geopolítica global

Neste começo do século XXI, o que temos são diferentes formas autocráticas de governos ao redor do planeta

Nancy Pelosi (Foto: Reuters)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Cesar Calejon, para o 247 

A visita oficial de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a Taiwan é o mais recente episódio do processo de reorganização do jogo da geopolítica global. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

De um lado, líderes ocidentais, como a própria Pelosi e Joe Biden, por exemplo, insistem na narrativa de que a atual contenda trata de uma disputa entre o “mundo livre e democrático” contra países autocráticos. 

Do outro, nações como China e Rússia alegam que a dinâmica unilateral de organização mundial, que esteve vigente desde o fim da Segunda Guerra Mundial sob a tutela dos Estados Unidos e do capitalismo anglo-saxão, chegou ao fim.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Neste artigo, o meu argumento central gira ao redor do que eu classifico como autocracias de estado e autocracias de mercado. Efetivamente, a meu ver, nenhum regime de organização social, até a presente data, atingiu a categoria efetiva de “democracia”, que, etimologicamente, significa o “governo do povo”. 

Neste começo do século XXI, o que temos são diferentes formas autocráticas de governos ao redor do planeta. Contudo, são autocracias que, na prática, produzem resultados bastante distintos. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Sob a égide das democracias liberais burguesas cria-se a ilusão de liberdade, sobretudo, por meio de eleições e mercados “livres”. Contudo, essa proposição é extremamente falaciosa e deletéria, principalmente para os países que se encontram na semiperiferia e na periferia do sistema capitalista global, porque, em última análise, todas as dimensões da vida social, incluindo os pleitos eleitorais e o acesso aos produtos e serviços disponíveis à sociedade, são regulados pelas principais empresas capitalistas transnacionais e pela lógica do capital: a autocracia de mercado. 

Um exemplo claro e que reúne todos esses elementos pode ser encontrado no golpe jurídico, midiático e parlamentar que foi perpetrado contra Dilma Rousseff e o povo brasileiro em 2016. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

De olho, sobretudo, no Pré-Sal e no controle sociopolítico do país para ter acesso às reservas minerais brasileiras, petrolíferas internacionais atuaram no desmonte do estado nacional e do conjunto de medidas que buscava “(...) tratar o Pré-Sal como um recurso natural estratégico capaz de alavancar o desenvolvimento econômico, industrial e tecnológico do país por meio das capacidades estatais”, conforme argumenta William Nozaki, no livro A Volta do Estado Planejador: neoliberalismo em xeque (Contracorrente).

Resumidamente, o que a autocracia de mercado promove é uma concentração cada vez mais exacerbada de recursos sob o disfarce da “liberdade dos povos”, o que resulta na miséria e na fome da maior parte da própria população, conforme podemos observar atualmente no Brasil. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Enquanto isso, a despeito de todos os problemas e contradições que seguramente lhe caracterizam, o regime autocrático chinês desenvolveu a nação asiática à fronteira científica e tecnológica mundial, reinventou o papel do seu estado para, em vez de promover a acumulação selvagem, financeirizada e irrestrita proposta pelo neoliberalismo e pela autocracia de mercado ocidental, conduzir hoje o mais intenso projeto de eliminação da pobreza e da fome em toda a história da humanidade. 

Neste sentido, conforme observamos, a questão é profundamente complexa e transcende, em ampla medida, a dimensão maniqueísta da luta entre a “liberdade” e a “opressão” que é avançada hoje nos países ocidentais. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

 Apoie a iniciativa do Jornalistas pela Democracia no Catarse

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO