“Basta um soldado e um cabo”... e o presidente do Senado
'Rodrigo Pacheco tenta agradar a bancada ruralista a fim de viabilizar sua campanha ao governo de Minas em 2026', escreve o colunista Alex Solnik
O que aconteceu com o presidente do Senado?
Até o ano passado era o vigilante defensor das instituições democráticas sistematicamente atacadas pelo presidente da República da época, cujo alvo principal sempre foi, desde a campanha de 2018, o STF.
“Basta um soldado e um cabo para fechar o STF” ameaçou seu filho, Eduardo. E o pai nunca desmentiu. Aliás, ministros do STF foram os principais agraciados com seus palavrões - depois das jornalistas.
E eis que no ano da graça de 2023, no exato momento em que o Supremo está julgando os golpistas de 8/1 e se prepara para julgar o então presidente da República e seu entorno, Pacheco tira da gaveta uma PEC adormecida desde 2021 que fragiliza o STF ao interferir em seu funcionamento. E já vai colocar a voto outra, que limita o mandato dos ministros.
É evidente que fragilizar o STF neste momento não interessa à democracia, interessa a Bolsonaro e a seus aliados.
Aparentemente, Pacheco tenta agradar a bancada ruralista a fim de viabilizar sua campanha ao governo de Minas em 2026.
Se o preço que topa pagar é esse, sua imagem de democrata fica trincada e sua campanha começa muito mal.
Um soldado e um cabo não fecham o STF. Mas um presidente do Senado pode atrapalhar bastante.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: