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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Batista Jr. viu Bolsonaro “assustado” e Heleno “atônito”

O colunista Alex Solnik destaca a reunião entre o ex-comandante de Aeronáutica e militares aliados de Bolsonaro para aplicar um golpe de Estado no país

Carlos Batista Jr. (Foto: Divulgação)
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Interrogado a 17 de fevereiro de 2024 pela PF na condição de testemunha (não pode mentir), o ex-comandante da Aeronáutica, Batista Jr. relatou em detalhes reuniões de que participou entre novembro e dezembro de 2022 no Palácio da Alvorada em que Bolsonaro apresentou as possibilidades de continuar no poder mesmo tendo perdido as eleições.

No dia 1o. de novembro, todos os presentes - o ministro da Defesa general Paulo Sérgio Nogueira, os chefes militares e o chefe da AGU, Bruno Bianco - disseram a Bolsonaro não ter havido fraude nas eleições e que era preciso reconhecer o resultado das urnas. Bolsonaro perguntou a Bruno Bianco se o resultado poderia ser revertido de alguma forma. Bianco negou.

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Entre os dia 1o e 19 de novembro, foram cinco visitas de Batista Jr. ao Palácio da Alvorada. Segundo ele, o presidente parecia resignado com o resultado, mas no dia 14 de novembro recobrou a esperança de anular as eleições ao receber um estudo do Instituto Voto Livre, encomendado, a seu pedido, pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto.

Nesse dia, Bolsonaro apresentou o estudo aos três chefes militares. Batista Jr. disse que o estudo não tinha embasamento técnico. Bolsonaro apresentou duas hipóteses para “solucionar a crise institucional”: GLO ou Estado de Defesa.

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Ainda segundo Batista Jr., nessa reunião, o então ministro da Justiça, Anderson Torres, pontuou aspectos jurídicos que dariam suporte às medidas de exceção. Batista Jr. afirmou que essas medidas eram ineficazes para justificar a permanência no poder e, segundo ele, “o presidente ficava assustado”.

Também nessa reunião, contou Batista Jr., o chefe do Exército, Freire Gomes, ameaçou prender Bolsonaro se ele tentasse decretar GLO ou Estado de Defesa.

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O chefe da Marinha, Almir Garnier, de acordo com Batista Jr., colocou suas tropas à disposição de Bolsonaro.

No dia 14 de dezembro de 2022, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, convocou os chefes militares. Ao mencionar que iria lhes mostrar um documento, Batista Jr.perguntou:

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“Esse documento prevê a não assunção no cargo pelo novo presidente eleito?”

O general Paulo Sérgio não respondeu.

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“Não admito sequer recebê-lo” disse Batista Jr. e saiu da sala intempestivamente.

Depois dessa reunião, Batista Jr. passou a ser atacado nas redes sociais com apelidos como “melancia” e “traidor da pátria” e por comentaristas como Paulo Figueiredo, da Jovem Pan.

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No dia 8 de dezembro de 2022, durante a formatura de aspirantes a oficial, em Pirassununga, Batista Jr. foi interpelado pela deputada Carla Zambelli:

“Brigadeiro, o senhor não pode deixar o presidente Bolsonaro na mão”.

“Deputada, entendi o que a senhora está falando e não admito que a senhora proponha qualquer ilegalidade”.

O brigadeiro relatou o episódio ao ministro da Defesa que disse também ter sido interpelado pela mesma deputada.

No dia 16 de dezembro, Batista Jr. estava em São José dos Campos, quando o general Augusto Heleno o procurou para pedir uma carona para Brasília. Tinha sido convocado, de última hora, para uma reunião com Bolsonaro.

Batista Jr., que não tinha sido convidado para a reunião, disse a Heleno que  Aeronautica “não compactuaria com qualquer movimento golpista” e que transmitisse essa posição ao presidente.   

Heleno, segundo ele, ficou atônito e desconversou.

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