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Clarissa De Franco

Psicóloga, doutora em Ciências da Religião, com pós-doutorado em Estudos de Gênero. Profa. Titular da Universidade Metodista de São Paulo

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Biden e o patriarcado cínico que mata

Homens, patriarcado, violência, poder, dominação e morte. Sempre caminhando juntos

O presidente norte-americano, Joe Biden (Foto: REUTERS/Leah Millis)
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Sabemos que o patriarcado resolve suas disputas eliminando, oprimindo, esmagando e aniquilando quem atravessa seu magistral caminho de poder, desde as formas mais básicas, de meninos se pegando na porta da escola, garotos no corpo a corpo na balada, às mais estratégicas, como puxada de tapete no trabalho, ou ainda às formas predadoras e destrutivas, como no feminicídio, que compreende as mulheres como territórios masculinos. Para ser justa, seria demasiado banal referir-me aos “homens” nesse contexto. Não são eles, propriamente, mas seus métodos.

Após essa introdução, peço licença para personalizar o debate em torno de uma figura que incorpora o patriarcado contemporâneo neocolonial travestido de humanidade samaritana: Joe Biden Jr., presidente dos Estados Unidos da América. Celebrado mundialmente ao chegar ao governo estadunidense, já que seu oponente Trump era inviável e inclassificável, Biden tem em seu currículo, depois de pouco mais de um ano de presidência, duas guerras, milhares de mortes, retrocessos de direitos, entre outros itens nada memoráveis, que podem ser parcialmente computados à sua gestão. Explico-me.

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Antes de mais nada, o patriarcado não atua sozinho, depende de homens em situações de poder em uma rede que ora se protege, ora disputa território. Por isso, a conta de Biden é, na verdade, também da alçada de outros machos-alfa atômicos do mundo.  

Quando Biden retirou as tropas estadunidenses do Afeganistão às pressas, sem uma negociação à altura da complexidade da demanda, participou irresponsavelmente da eclosão de um processo de tomada de poder por homens do Talibã que exercem sua força oprimindo mulheres e restringindo sua participação na esfera pública. Na ocasião, Biden não negociou adequadamente sequer a saída de seus próprios homens do território afegão. Apenas declarou: “era hora de encerrar essa guerra”, em um claro tom colonialista, de quem se considera o dono do mundo e do relógio do mundo.

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Já em 2022, o tal do mundo assistiu, em tom de consternação, a Rússia e seu homem de poder partir para uma ofensiva violentíssima contra o homem, de menor poder, do país vizinho. E a narrativa inicial da guerra, para os desavisados e as desavisadas, era sobre separatistas e dois territórios, como se a guerra se resumisse a anexar territórios à já gigante Rússia. 

Mas como o buraco do patriarcado é no cérebro, os atores reais da guerra não tardaram a aparecer – notem que nesse cenário o ator de profissão e atual presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky é apenas um coadjuvante. Biden e seu movimento imperialista cínico, que de um lado articulou junto à OTAN a chegada de poderio militar na Ucrânia apontado para a cara da Rússia, em uma clara reedição da Guerra Fria, e de outro lado, pousou de bom samaritano acudindo o sofrido povo ucraniano e mostrando toda sua solidariedade nos microfones do mundo, ao final conseguiu promover mais guerra que Donald Trump. Homens, patriarcado, violência, poder, dominação e morte. Sempre caminhando juntos.

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