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Wevergton Brito Lima

Wevergton Brito Lima é jornalista, secretário-geral do Cebrapaz

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Blinken fala em “nova era das relações internacionais”

"O paradoxo da posição americana pode ser assim resumido: os EUA reconhecem que o mundo mudou e farão tudo ao seu alcance para que nada mude"

(Foto: REUTERS)
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O Secretário de Estado dos EUA, Antony J. Blinken, proferiu um discurso na Escola de Estudos Internacionais Avançados da Universidade Johns Hopkins, nesta quarta-feira, dia 13. O título da matéria sobre o discurso, publicada pelo site do Departamento de Estado, é “Secretário Blinken destaca o poder e propósito da diplomacia americana em uma Nova Era“. Recordemos que em 4 de fevereiro de 2022, China e Rússia lançaram o histórico documento “Sobre as Relações Internacionais Entrando em uma Nova Era“, onde anunciaram uma parceria sólida alicerçada na defesa de “relações internacionais de um novo tipo”. 

Dezenove meses depois, o Secretário de Estado americano, cuja função equivale à de Ministro de Relações Exteriores, discursa admitindo que vivemos um “ponto de inflexão histórico – o fim da era pós-Guerra Fria e os primeiros dias de uma competição acirrada para definir o que virá a seguir“. Este trecho tem grande importância. Primeiro, Blinken afirma que o mundo que surgiu depois da dissolução da URSS e do campo socialista no Leste Europeu, marcado pela hegemonia unipolar estadunidense, acabou. Em seguida, anuncia a luta “acirrada” para conformar a nova realidade multipolar aos desejos de perpetuação da hegemonia americana. Para isso, Blinken discorre sobre OTAN, AUKUS, QUAD, tudo embrulhado em um linguajar “politicamente correto”, que, no entanto, não consegue esconder que a essência e os objetivos finais do imperialismo continuam iguais. Mesmo quando proclama a determinação de “trabalhar com qualquer país – inclusive aqueles com os quais discordamos em questões importantes“, Blinken imediatamente emenda “desde que desejem atender às necessidades de seus cidadãos“. 

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Fica claro que o árbitro que julga se determinado país está atendendo “às necessidades de seus cidadãos” é ele mesmo, os EUA. O paradoxo da posição americana pode ser assim resumido: os EUA reconhecem que o mundo mudou e farão tudo ao seu alcance para que nada mude.

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