CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
César Fonseca avatar

César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

629 artigos

blog

BNDES confronta BC, fragiliza Campos Neto e fortalece Lula-Haddad

Se Campos Neto, na próxima reunião do Copom, praticar maior taxa real de juros do mundo – 13,75 nominal e 8,4% real – estará insistindo em liquidar a economia

Aloizio Mercadante, Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Em defesa de política desenvolvimentista capaz de alavancar propostas econômicas do presidente Lula, tocadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na costura política com Congresso de novo marco fiscal-social, o presidente do BNDES, Aluísio Mercadante e o seu braço direito, André Lara Resende, colocaram em sinuca de bico o ultraneoliberal presidente do Banco Central Independente(BCI), Campos Neto, cuja política monetária restritiva condena país à paralisia econômica via taxa de juros excessivamente elevada.

 A estratégia de Mercadante-Resende foi a de convidar como principal palestrante de seminário internacional, realizado no Rio, com representantes das forças produtivas, em processo de sucateamento financeiro, o economista prêmio Nobel, Joseph Stiglitz, ácido crítico internacional do monetarismo neoliberal; ele sentenciou o caráter destrutivo do BC, sob Campos Neto, que, na sua opinião condena da economia brasileira à morte.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

 A manobra política Mercadante-Lara coincide com temor global sobre desfecho incerto da crise bancária que destruiu, em uma semana, três importantes bancos europeu e americanos e que levou o FED – Banco Central dos Estados Unidos – a convocar seus pares, os bancos centrais mais importantes do mundo a elevarem a liquidez monetária internacional como arma anticíclica; ou seja, o oposto da ação de Neto, que, como um beato Salu, carrega bandeira da inquisição contra consumo, emprego e produção; afinal, ele já disse que a melhor forma de corrigir a economia é levando-a à recessão.

 Se Campos Neto, na próxima reunião do Copom, adotar posição inflexível de continuar colocando o BC Independente a praticar maior taxa real de juros do mundo – 13,75  nominal e 8,4% real – estará insistindo em liquidar a economia por meio de restrição monetária, enquanto os demais BCs(EUA, Europeu, Canadá, Japão, Austrália) decidem o contrário para barrar eventual crash.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

 É exatamente por medo dessa possibilidade que os BCs iniciaram a semana discutindo ação conjunta de maior oferta de moeda na circulação, para evitar quebradeira. Visam contrapor-se à ação do Banco Central da China, adversário maior do FED, que cogita sustentar juro mais e mais competitivo com o ocidente como principal arma para vencer a economia americana afim de acelerar desdolarização internacional.

 Durante o seminário organizado pelo BNDES, Lara Resende aprofundou suas críticas ao monetarismo ortodoxo do qual todos buscam fugir; destacou que a soma dos juros e dos impostos altos vigentes no Brasil não deixam a economia crescer, sustentavelmente; suas advertências que têm repercutido fortemente no mercado, abalando convicções neoliberais, influenciaram declarações de  líderes do Congresso – Pacheco(Senado) e Lira(Câmara) – segundo as quais é chegada a hora de rever as taxas de juros como saída para a crise.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

FRENTE POLÍTICA E ECONOMICA CONTRA BC INDEPENDENTE NEOLIBERAL

Os efeitos do seminário do BNDES se somaram, também, às declarações de líderes industriais do setor automobilístico ao anunciarem paralisação temporária das empresas em março e abril; as vendas esfriaram frente ao aumento da produção, o que eleva estoques e derruba taxa de lucro, levando à recessão e desemprego; ou seja, o BC Independente sob tacão neoliberal de Campos Neto representa, na prática, a condenação à morte da economia nacional, como alertou Stiglitz.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

 O pano de fundo composto pelo neoliberalismo monetarista radical do BC Independente, que se mostra incompatível, até, mesmo, com a tendência esboçada pelos mais importantes BCs do mundo, é a de construir uma polaridade cada vez mais intensa entre o produção e o consumo, de um lado, e a especulação financeira que a taxa de juro de Campos Neto, de outro, provoca; a reação do presidente da Fiesp, Josué Gomes, de considerar inaceitável a política monetarista restritiva, cria clima político que vai isolando os especuladores da Faria Lima como adversários que necessariamente precisam ser vencidos em nome da estabilidade econômica e política nacional.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO