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Alex Solnik

Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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"Bolsonarão"

"Embora a defesa de Bolsonaro vá lutar pelo fatiamento dos processos, é inevitável que as três frentes investigadas sejam reunidas num só pacote", diz Solnik

Jair Bolsonaro e presídio federal de segurança máxima (Foto: Reuters | Agência Brasil )

Embora a defesa de Bolsonaro vá lutar até o fim pelo fatiamento dos processos contra seu cliente, e seus julgamentos submetidos à Justiça Federal, a começar da 1a instância - setor do Judiciário em que o ex-presidente goza de algum prestígio - é inevitável que as três frentes investigadas pela PF - a apropriação de presentes de estado valiosos, a falsificação das certidões de vacina e a tentativa de golpe de estado - sejam reunidas num só pacote, sob o argumento da “conexão probatória” (artigo 76 do CPP).

Segundo a PF, no entanto, ela está investigando uma organização criminosa que atuou em vários delitos, alguns no âmbito do STF (golpe de estado) e outros no da Justiça Federal (peculato).

No entanto, como estão todos ligados entre si - os suspeitos são os mesmos e a maioria das provas encontra-se no celular do tenente-coronel Mauro Cid - seria improdutivo remeter algumas ações para essa e outras para uma outra corte.

Todas as investigações acerca de todos os integrantes da organização criminosa - iniciadas na operação sobre ataques à democracia pelas milícias digitais - serão encaminhadas para julgamento no plenário do STF, tal como se deu nos popularmente conhecidos processos do Mensalão e do Petrolão.

“Bolsonarão” será o nome provável do grande julgamento, que não tem data para começar.

Nem para acabar.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.