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Leônidas Mendes

Professor de História

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Bolsonarismo: do antitrabalhismo à necropolítica (ou vice-versa)

Alguma surpresa se amanhã propuserem a suspenção da Lei Áurea?

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Talvez não haja na História uma referência para análise ou comparação (há quem diga que em sociedades escravistas, como foram exemplos as chamadas “civilizações clássicas” – Grécia e Roma antigas – e as colônias de exploração na América, das quais o Brasil Colonial foi modelo) onde se veja tamanho desprezo pelo trabalho e pelos/as trabalhadores/as como no atual governo brasileiro.

Pode-se dizer, que desde o golpe parlamentar-midiático, “com Supremo e tudo, porra”, de 2016, teve início, no Brasil, uma política de ataque aos trabalhadores/as e a seus direitos sem parâmetro em qualquer país do mundo. Talvez, por conta dessas suas peculiaridades históricas: escravismo e golpismo.

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A partir da reforma trabalhista do governo golpista de Michel Temer, que prometia gerar empregos e não gerou nenhum, consolidada pela necropolítica antitrabalhista do desgoverno de Jair Bolsonaro, o desprezo pelo trabalho e a precarizarização das regras trabalhistas se tornaram política de Estado.

Um exemplo veio já no seu primeiro dia de desgoverno fascistóide com a extinção do Ministério do Trabalho e Emprego. Era apenas primeiro recardo. De então por diante, feroz e diuturnamente Bolsonaro vem atacando o trabalho e os/as trabalhadoras. Não por acaso uma de suas principais propostas foi acabar com a Previdência Social.

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Aliás, não por coincidência, o mais importante aspecto de sua proposta de reforma de previdência foi estabelecer a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria, notável similaridade com a Lei do Sexagenário de 1886, que libertava escravos/as a partir dessa idade por já não mais servirem para serem consumidos em moendas ou cafezais: foram jogados ao deus-dará da mendicância e da miséria – futuro que espera muitos de nossos/as atuais trabalhadores/as.

Com a pandemia e o agravamento da crise socioeconômica já vivida no país, esperava-se algum recuo nas práticas necropolíticas do desgoverno. Mas, ao contrário, a dupla neoliberal-fascistóide Bozo-Guedes decidiram “passar a boiada”, conforme as palavras de um de seus acólitos, com a proposta de extinção do salário mínimo mensal e a institucionalização de salários pagos por hora – não demora é será proposto um escambo: trabalho por comida.

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Provavelmente, em nenhum lugar do mundo veja-se tão insólito e monolítico casamento entre necropolítica, racismo estrutural e as “elites do atraso”; estas, não por acaso, excremento sociohistórico do escravismo colonial moderno; tão bem expresso nas palavras da juíza Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara Criminal de Curitiba, em sentença condenatória um homem negro a 14 anos de prisão: “Seguramente integrante do grupo criminoso, em razão da sua raça, agia de forma extremamente discreta os delitos e o seu comportamento, juntamente com os demais, causavam o desassossego e a desesperança da população, pelo que deve ser valorada negativamente”. 

Ao ler tal aberração, atônito, e perceber sua íntima ligação com a necropolítica antitrabalho e antitrabalhadores/as do desgoverno bozo-fascistóide, me veio à mente as premonitórias palavras do micro-general-vice-presidente Hamilton Mourão: “(A) herança da indolência (...) vem da cultura indígena. (...). E a malandragem (...) é oriunda do africano. Então, esse é o nosso cadinho cultural. (...)”.

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E dizem que Mourão é uma reserva intelectual desse desgoverno! Talvez, também não seja por coincidência que, presidente do Conselho da Amazônia (CNA), tenha assumido a tarefa de comandar a “passada da boiada” na região com a devastação da floresta e o cloroquino genocídio do que sobrou dos povos originários.

Alguma surpresa se amanhã propuserem a suspenção da Lei Áurea?

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