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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Bolsonaro abandona Pazuello e racha os militares

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General na CPI, já

Chovem discórdias gerais dos generais por ter o presidente Bolsonaro  cooptado politicamente o general Pazuelo, na ativa, para participar de evento político do governo com dinheiro do contribuinte. Regulamento do Exército determina punições, sanções e prisões. Escândalo. Ao comparecer à aglomeração bolsonarista no Rio de Janeiro organizada pelas milícias pagas com dinheiro público – CPI neles! -, o general Pazuelo pisou no tomate;  atendeu, desse forma, o objetivo permanente dos bolsonaristas e de seu chefe presidente Bolsonaro: cooptar os militares para o partido bolsonarista; Pazuelo embarcou na campanha eleitoral bolsonarista já em andamento em favor da reeleição de 2022;  do ponto de vista institucional, o general ex-ministro da Saúde foi antirepublicano indisciplinado; calculou ou não esse risco?

Reação e divisão militar

O vice presidente da República, general Mourão começou a semana pregando punição para Pazuello, por violar regulamento; se não for punido, os generais vão para o lixo da história do Brasil por render-se ao presidente capitão com seus propósitos inconstitucionais; a força militar passaria a estar a serviço de interesse político partidário; a tensão produziu uma tese – alinhamento de Mourão e Santos Cruz pela punição de Pazuello – e uma antítese, a posição do ministro da Defesa, general Braga Neto, contrária à punição de Pazuello; quer contemporizar; Braga está se socorrendo de legislação aprovada no Governo Temer para buscar uma anistia para Pazuello; afinal, se ele for convocado e preso na CPI por mentir, segundo a avaliação dos senadores, abre-se impasse político caso haja, na corporação militar unidade de espírito de corpo dos interesses da tropa; poderia pintar ou não uma crise militar disruptiva? Tanto Mourão como Santos Cruz descartam golpe militar contra Bolsonaro, em caso de ruptura; porém, Santos Cruz deixa claro que o responsável pelo desgoverno na pandemia é o presidente da República. Pazuello é uma mera escada para Bolsonaro subir no seu governo de show semanal de milícia, como aponta Santos Cruz. Alõ, alô, CPI, está na hora de chamar um interlocutor que viveu a montagem do escândalo que agora estoura e ameaça a democracia.

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Populismo de direita acelerado

O fato é que o presidente não criou ambiente para construir unidade militar em torno dele; sua tentativa de desuni-las para alcançar seu propósito eleitoreiro populista – ter as forças armadas engajadas na sua campanha – está saindo pela culatra; os generais insistem em obedecer, apenas, a ordem constitucional. Não se engajariam em golpes antidemocráticos. A resistência ao presidente se apresentou em duas oportunidades: 1 – por ocasião da crise da demissão dos representantes das 3 forças para não se confrontarem com o STF nem se engajarem politicamente ao lado do presidente; e 2 – também, agora, na nova tentativa bolsonarista de politização das forças armadas, cooptando general da ativa para evento político negacionista, perigo para sociedade.

Bombeiro em desespero

O Ministério da Defesa tenta apagar fogo; tem de apartar briga do alto comando com o presidente da República; o embate dentro das forças militares  reflete na CPI; punir ou não punir o general Pazuello: escolhido pelo comando militar para ser ministro da Saúde, tenta a instituição militar tenta separar o criador da criatura; jogar Pazuello ao mar? Nesse ambiente, o general Santos Cruz está, praticamente, se autoindicando para dar seu depoimento à CPI a fim de explicar porque considera o presidente Bolsonaro principal responsável pelo desgoverno que patrocina; trata-se, diz, de governo paralelo promotor de shows e fantasias comandado por milícias para desviar atenção da população da realidade dramática da pandemia.

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Boca no trombone

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