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Helena Chagas

Helena Chagas é jornalista, foi ministra da Secom e integra o Jornalistas pela Democracia

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Bolsonaro agrada bases para tentar evitar debandada

"Conseguirá? Há sérias dúvidas", avalia a jornalista Helena Chagas. "Tanto evangélicos quanto o pessoal da bolsa são raças extremamente pragmáticas. Sugam o que podem o quanto podem, mas não hesitam em apoiar a destituição de presidentes da República quando sentem que os ventos viraram", alerta

Jair Bolsonaro participa de videoconferência dos líderes do G20 (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Por Helena Chagas, no Divergentes e para o Jornalistas pela Democracia

Diante do desgaste e da visível perda de apoio politico que vem sofrendo por sua atuação na crise do coronavírus, Jair Bolsonaro recorre a manobras meio desesperadas para evitar a debandada total. O decreto que publicou esta manhã considerando as atividades religiosas como serviço essencial, incluindo-as entre as que não podem ser interrompidas durante as medidas de isolamento social, tem destinatário certo: as igrejas evangélicas que o apoiam

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Nos últimos dias, a igreja católica suspendeu missas e até fechou igrejas em grandes cidades, como o Rio de Janeiro. Já pastores de templos pentecostais insistiram em fazer seus cultos, provocando inclusive aglomerações, alvo de diversas críticas. Já na semana passada, em entrevista ao SBT, Bolsonaro havia defendido que as igrejas continuem fazendo seus vultos e atividades. Hoje, com o decreto – que também libera lotéricas e serviços de transporte de cargas, entre outros –, confirmou de que lado está.

O presidente confirmou, sobretudo, que, apesar do grito de independência dos governadores em relação às medidas de combate ao coronavírus, quem tem a caneta na mão – e pode provocar muita confusão – é ele. Os insistentes pedidos de recursos por parte dos estados para implementar suas providências na saúde mostram também que a situação pode chegar a um impasse sério a partir do confronto entre quem tem a caneta e os recursos federais e quem tem que tomar medidas contra a pandemia no dia a dia.

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Outro grupo que Bolsonaro está tentando agradar é o de financistas da Bolsa que precisam recuperar dinheiro e querem que o isolamento acabe o quanto antes. Seu interesse foi citado inclusive pelo insuspeito presidente da Câmara, Rodrigo Maia, um parlamentar que sempre desfrutou de ótimas relações com o mercado. Acertadamente, ele apontou, por trás das polêmicas posições de Bolsonaro, a influência desse mesmo mercado. Bolsonaro correu para agradá-los porque perde apoio de forma galopante junto ao establishment, e deseja ficar nas boas graças de pelo menos uma fatia dele.

Conseguirá? Há sérias dúvidas. Tanto evangélicos quanto o pessoal da bolsa são raças extremamente pragmáticas. Sugam o que podem o quanto podem, mas não hesitam em apoiar a destituição de presidentes da República quando sentem que os ventos viraram.

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