TV 247 logo
    Jeferson Miola avatar

    Jeferson Miola

    Articulista

    1209 artigos

    HOME > blog

    Bolsonaro assumiu ser o elo do clã com o miliciano Adriano

    "O incrível mesmo é a opção da burguesia em apoiar esta expressão mais podre da barbárie. Uma opção odiosa da classe dominante, justificada em nome do ódio ao PT, do ódio à esquerda e do ódio ao povo", escreve o colunista Jeferson Miola

    Bolsonaro assumiu ser o elo do clã com o miliciano. (Foto: Reprodução)

    ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

    Em evento no Rio de Janeiro, Bolsonaro assumiu ser ele o elo de contato do clã Bolsonaro com Adriano da Nóbrega, o chefe do Escritório do Crime, milícia especializada em matadores de aluguel para assassinatos por encomenda.

    Bolsonaro confessou que foi ele que mandou seu filho Flávio, então deputado estadual, homenagear e conceder honrarias a Adriano da Nóbrega na Assembléia Legislativa do RJ [ALERJ]: “Para que não haja dúvida. Eu determinei [Flávio fazer a homenagem]. Manda pra cima de mim”, disse ele, acrescentando que Adriano era um “herói [sic].

    Ao ser questionado pelos repórteres se também havia pedido que Flavio empregasse a mãe e a mulher do miliciano Adriano da Nóbrega no seu gabinete, Bolsonaro reagiu: “Vocês estão passando para o absurdo”.

    A partir deste momento da entrevista, segundo a Folha, Flávio assumiu o microfone e, sendo perguntado sobre o emprego da mãe e da esposa do miliciano, Bolsonaro interrompeu, retomou o microfone e reagiu ainda mais duramente: “Fica quieta, vai, deixa ele falar. Educação” [aqui].

    Normalmente duro e implacável com todos aqueles que chama de bandidos e inimigos, Bolsonaro é estranhamente condescendente com Adriano.

    Bolsonaro, por exemplo, defende a inocência do miliciano, embora alegue não ter vínculos com Adriano [sic]. Apesar de Adriano constar da ordem de captura internacional da Interpol, Bolsonaro sustentou que “Não tem nenhuma sentença transitada em julgado condenando capitão Adriano por nada” [sic].

    É no mínimo estranho que Bolsonaro tenha conhecimento de detalhes da trajetória criminal de Adriano, o miliciano que foi integrado ao círculo de relações e dos negócios da FaMilícia presidencial pelo foragido Fabrício Queiroz.

    O assassinato de Adriano, como reconheceu Sérgio Moro [ler aqui], foi um acontecimento de enorme interesse para os Bolsonaro. Para a FaMilícia, Adriano passou a ter mais valor morto que vivo; era preciso queimar o arquivo que conhecia os segredos profundos dos Bolsonaro.

    O incrível em tudo isso, entretanto, não é o envolvimento incontestável dos Bolsonaro com o submundo do crime.

    O incrível mesmo é a opção da burguesia em apoiar esta expressão mais podre da barbárie. Uma opção odiosa da classe dominante, justificada em nome do ódio ao PT, do ódio à esquerda e do ódio ao povo – como exemplificou Paulo Guedes no ataque racista às empregadas domésticas.


    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

    iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

    Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: