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José Marcus de Castro Mattos

Poeta, psicanalista

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Bolsonaro: covarde e criminoso

Todos haverão de lembrar: ao declarar seu voto pelo impeachment da então Presidenta DILMA ROUSSEFF, com um sorriso que desvelava completa amoralidade, covardia, falta de caráter e mente criminosa Bolsonaro saudou a Ditadura Militar (1964 – 1984) e o torturador Ustra, dedicando a ambos o 'sim'

Deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) (Foto: José Marcus de Castro Mattos)
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Em 17 de Abril de 2016 Bolsonaro cometeu um ato que marcou para sempre o estatuto absolutamente bárbaro e totalitário do GOLPEACHMENT (Golpe de Estado travestido de Impeachment Constitucional).

Todos haverão de lembrar: ao declarar seu voto pelo impeachment da então Presidenta DILMA ROUSSEFF, com um sorriso que desvelava completa amoralidade, covardia, falta de caráter e mente criminosa Bolsonaro saudou a Ditadura Militar (1964 – 1984) e o torturador Ustra, dedicando a ambos o 'sim'.

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Ora, tal ato é flagrantemente criminoso posto que – atenção: valendo-se das liberdades garantidas pelo Estado Democrático de Direito (no caso, direito à 'livre expressão do pensamento') –, pois bem, tal ato afronta brutalmente esse mesmo Estado Democrático de Direito, seja por homenagear um período histórico ditatorial também criminoso (tortura e assassinato de opositores, etc), seja por resgatar do justíssimo esquecimento o sinistro 'Coronel Ustra', infame torturador e chefe do Destacamento de Operações de Informação/\Centro de Operações de Defesa interna (DOI/\CODI) nesse referido período.

Mas o ato bolsonariano é dupla e horripilantemente criminoso: de maneira direta, imediata e ao vivo para todo o país Bolsonaro recoloca em cena as sessões de tortura vivenciadas pela Presidenta Rousseff sob as mãos mortíferas de Ustra, fazendo-o, todavia, como se se tratasse de algo que deveria ser corriqueiro, trivial, banal – e, pasmem, homenageado!

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Em síntese, com a ousadia selvagem dos terroristas Bolsonaro a um só tempo trai o Estado Democrático de Direito, debocha da recente e sofridíssima memória da cidadania brasileira (superação da Ditadura Militar, etc), assim como – através do interposto Ustra – esbofeteia publicamente a Presidenta Rousseff.

Entretanto, para enorme surpresa dos amadurecidos em política, após cometer tais crimes Bolsonaro sai livre, leve e solto pela porta da frente do Congresso Nacional, mas não sem antes levar uma meritória, exemplar e histórica cusparada por parte do Deputado Federal JEAN WYLLYS (PSOL-RJ).

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Por que surpresa?

Porque ao testemunhar o ato covarde e criminoso de Bolsonaro a Presidenta Rousseff deveria ter interrompido imediatamente a plenária do Congresso Nacional e lhe dado voz de prisão, valendo-se das prerrogativas legais outorgadas à sua função executiva pela Carta Magna/\1988, nada mais nada menos.

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Infelizmente Rousseff não o fez, e, pois, deixou escapar entre os dedos sua autoridade, respeitabilidade e dignidade.

Se o tivesse feito, não há dúvida de que teria permanecido na Presidência da República.

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Naquela oportunidade a voz de prisão endereçada direta e imediatamente a Bolsonaro faria obstáculo intransponível à pretensão calhorda dos golpistas, abortando ab ovo a continuidade da farsa ali encenada e reposicionando materialmente sobre seus próprios pés o Estado Democrático de Direito (Soberania Popular, Cidadania Inclusiva, Democracia Esclarecida).

Contudo, sabe Deus porquê, Rousseff vacilou, amoleceu o pulso e (valho-me aqui de uma expressão de Lacan) abriu as comportas do gozo...

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Noutros termos, ao não agir em contrário Rousseff AUTORIZOU o ato criminoso de Bolsonaro e deu livre curso à sanha golpista, permitindo sem mais a articulação perversa entre Câmara, Senado e Supremo Tribunal Federal (STF).

Sem meias-palavras: desatenta à sua autoridade como Presidenta da República, ROUSSEFF FOI PERMISSIVA PARA COM BOLSONARO E QUADRILHA – e, vamos combinar?, os perversos gozam na e da permissividade do Outro assim como alegres golfinhos fazem piruetas sobre a linha do mar...

Pois bem, a inaceitável inação de Rousseff operou como 'senha' para que os golpistas prosseguissem a toque de caixa com o GOLPEACHMENT (Golpe de Estado travestido de Impeachment Constitucional), visto que não encontrariam desde então nada e ninguém que lhes impedisse de levar até o fim a destruição do Estado Democrático de Direito, substituindo-o em sequência pelo Estado de Exceção (manipulação perversa da Constituição Federal/\1988, 'lei em movimento', etc).

Digamos portanto que o ato covarde e criminoso de Bolsonaro funcionara como um teste à autoridade presidencial de Rousseff e que conseguira mostrar a fragilidade – ou mesmo inexistência – dessa autoridade, lançando-a ao lixo e humilhando a céu aberto aquela que deveria (obrigatoriamente deveria) sustentá-la.

Ao não receber voz de prisão Bolsonaro esbofeteou Rousseff e o país, autorizando-se – e autorizando seu Exército de Orcs – a ressuscitar os ditadores militares, os torturadores, etc.

Em realidade o ato bolsonariano ultrapassou todos os limites e encontrou em Rousseff sua validação política, sobretudo aquela para a qual – perversamente – 'Democracia é vale-tudo'.

Não, Democracia NÃO É vale-tudo!

Como tal, a Democracia não pode – absolutamente não pode – permitir manifestações públicas que, valendo-se dos direitos garantidos por ela (liberdade de expressão, etc), defendam sua destruição: aqueles que o fazem são potenciais criminosos e devem pois ser presos, julgados e condenados à reclusão de seus corpos e mentes pelo tempo determinado em juízo.

Ora, Bolsonaro assestou publicamente contra a Democracia Brasileira ao endereçar seu voto pelo impeachment de Rousseff para a Ditadura Militar e para o torturador Ustra, defendendo desse modo, simultaneamente, a destruição dos pilares que garantem a sustentabilidade de nosso Estado Democrático de Direito, quais sejam, Soberania Popular, Cidadania Inclusiva e Democracia Esclarecida.

Bolsonaro é portanto covarde e criminoso.

Cabe a nós – cidadãos verdadeiramente democráticos, esclarecidos e cosmopolitas – fazer agora o que Rousseff não fez, a saber, DAR VOZ DE PRISÃO A BOLSONARO, prendê-lo, julgá-lo e condená-lo.

O chão precisa ser riscado de modo a demarcarmos um limite ético-político intransponível.

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