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Julimar Roberto

Comerciário e presidente da Contracs-CUT

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Bolsonaro despede-se da Presidência deixando o país aos pedaços

Presidente Jair Bolsonaro do lado de fora do local de votação no Rio de Janeiro 30/10/2022 (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)
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No dia 5 de janeiro de 2021, Bolsonaro foi sincero. Talvez numa das raríssimas vezes em que sua sinceridade não foi demagoga, ele disse aos seus apoiadores, do alto do seu cercadinho: “Chefe, o Brasil está quebrado, chefe. Eu não consigo fazer nada”. Por incrível que pareça, naquele momento, ele tinha razão.

Mas o desabafo foi incompleto. Faltou-lhe o bom senso de assumir que ele, com apenas dois anos à frente da Presidência, já havia quebrado o país. E se naquele tempo já era esse o diagnóstico para nossa nação, imagine agora, com quatro anos de um governante que “não consegue fazer nada”. Não consegue ou não sabe, o que no caso dele dá na mesma.

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“Mas de que adianta bater em quem já está morto?”, me perguntarão alguns. Adianta para que ninguém se esqueça de quem é o responsável pela atual situação do Brasil.

A menos de um mês da posse de Lula, as notícias não poderiam ser mais pessimistas. Manchetes estampam diariamente o saldo de uma administração pífia, indigna de um país da nossa magnitude.

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Mesmo sendo um dos maiores produtores agrícolas do mundo e, até pouquíssimo tempo, líder na luta contra a fome, o Brasil amarga a vergonhosa e triste marca de 33,1 milhões de pessoas que não sabem se terão o que comer. Esses são dados do Segundo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar, publicado em junho. Conforme o estudo, atualmente, mais da metade (58,7%) da população brasileira convive com algum grau de insegurança alimentar.

Outra informação alarmante, é que a taxa de desemprego dobrou na gestão de Bolsonaro. Quase 10 milhões de brasileiros estão desempregados, segundo a última Pnad, do IBGE. E entre os desocupados, desalentados, trabalhadores desprotegidos, ocupados com insuficiência de horas ou em negócios familiares, sem direitos ou garantias, são cerca de 60 milhões de pessoas.

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Para se ter ideia, 80% das famílias brasileiras estavam endividadas no mês de agosto deste ano, com uma inadimplência recorde, conforme comprovou a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). O estudo também apresentou que, na maioria absoluta dos casos investigados, as dívidas eram relacionadas a alimentação, energia elétrica, aluguel e gás. Mas, quase nunca, eram referentes a compras de bens, a exemplo da casa própria. Inclusive, esse foi o período ema que mais cresceu o número de retomada de bens, como carros e imóveis, por falta de pagamento ou para a quitação de dívidas.

Como se não bastasse, um levantamento feito pela Universidade Federal de Minas Gerais pontuou que, somente de janeiro a maio de 2022, mais de 26 mil pessoas foram registradas em situação de rua no CadÚnico. Estima-se que haja cerca de 180 mil brasileiros vivendo nessas condições atualmente.

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Outro dado que também dobrou no país, durante a gestão bolsonarista, foi a inflação. Até agosto passado, considerando o período de 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve uma alta acumulada de 8,73%, enquanto que, no mesmo período em 2019 – início do governo de Bolsonaro – o aumento foi de 4,19%, menos da metade. Uma amarga diferença que sentimos no bolso todas as vezes que vamos ao supermercado.

Mas não para por aí. O presidente em fim de carreira transformou a nação numa verdadeira bomba relógio. Sua incompetência reverbera em todas as áreas.

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Na Previdência, a fila do INSS já passa dos 5 milhões; 14 mil obras públicas federais estão paradas e sem previsão de retomada dos serviços; as universidades sofreram bloqueios no valor de R$ 244 milhões e, em meio a chuvas e deslizamentos por todo o país, Bolsonaro teve a disparidade de cortar 99% da verba destinada à prevenção de desastres naturais.

Tem mais. Na Farmácia Popular, o corte foi de 60%, afetando a distribuição gratuita de medicamentos para diabetes, hipertensão, asma, mal de Parkinson e muitos outros que compõem o rol do SUS. Nem o controle e prevenção do câncer de mama, segunda doença que mais mata mulheres no Brasil, ficou de fora, perdendo 45% do seu financiamento.

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E não precisa já ter nascido para ser atingido pelos desmandos de Bolsonaro. Do programa responsável por reformar e comprar equipamentos para centros de parto normal, maternidades e UTIs neonatais – a Rede Cegonha -, ele subtraiu 61% da verba.

Quer aumentar a lista? Foram cortados 97% da verba para infraestrutura das escolas; 95% do valor que seria destinado à compra de ônibus para o transporte escolar; 95% no desenvolvimento da Educação básica; 61% na Rede de Atenção Psicossocial (Raps) para atendimento das pessoas com transtornos mentais e sequelas do uso de drogas; 56% foram subtraídos do financiamento para a Rede de Atenção a pessoas com deficiência e 61% do Brasil Sorridente.

Na realidade, a Lei Orçamentária que Bolsonaro deixou para 2023 é completamente perniciosa, assim como o rombo fiscal de R$ 400 bilhões, denunciado pelo ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Mas em meio a toda essa lambança, o primeiro presidente que não conseguiu se reeleger após a democratização do país não contava que ficaria sem foro privilegiado pela primeira vez em 30 anos, sendo obrigado a responder por seus crimes na Justiça comum. E mais, que teria a quebra do sigilo de 100 anos, imposto por ele em vários decretos presidenciais para omitir, desde as informações de seu cartão de vacina, como as despesas nos cartões coorporativos e as visitas dos pastores - lobistas do MEC - Gilmar Santos e Arilton Moura.

Então, quem sabe, esses quatro anos de sucateamento de nossa nação e prejuízos ao povo brasileiro possam, enfim, ser amenizados após a contemplação de duas cenas históricas: Lula subindo pela terceira vez a rampa do Planalto usando a faixa presidencial, e Bolsonaro sendo conduzido algemado pela polícia federal.

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