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Marconi Moura de Lima

Professor, escritor. Graduado em Letras pela Universidade de Brasília (UnB) e Pós-graduado em Direito Público pela Faculdade de Direito Prof. Damásio de Jesus. Foi Secretário de Educação e Cultura em Cidade Ocidental. Leciona no curso de Agroecologia na Universidade Estadual de Goiás (UEG), e teima discutir questões de um novo arranjo civilizatório brasileiro.

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Bolsonaro e o Governo sabor suco de groselha – do pozinho

Podemos categorizar o GOVERNO BOLSONARO: artificial, feito de “pó químico” que forja uma tese de verdade que não passa em qualquer crivo histórico de análise para uma verdade fática

(Foto: reprodução)
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Quem nunca se “deliciou” com um picolé de groselha? Sabe aquele suquinho do chamado “pó da morte” que nossa mãe fazia para nós quando criança? É óbvio que temos dois recortes de público que talvez não conheçam isso que falo: i) os filhos de ricos que provavelmente tomassem o suco direto da fruta; que era mais caro e pouco acessível às classes mais pobres da periferia; e ii) os filhos dessa geração, visto que hoje em dia se vê com bem menos destaque em supermercado, ou em comerciais de televisão os sucos Tang e Maguary, além de outras marcas [1].

Eram os refrescos em sachês [2] que serviam tão somente para colorir a água. Mera manipulação química para nos fazer pensar que tomávamos uma bebida agradável. Não passava de algo com sabor artificial. 

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Assim, com essa comparação, podemos categorizar o GOVERNO BOLSONARO: artificial, feito de “pó químico” que forja uma tese de verdade que não passa em qualquer crivo histórico de análise para uma verdade fática. É, portanto, o “Governo Tang”.

Vejamos alguns aspectos, a começar pelo novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, que teve essa semana, nas proximidades de sua posse como chefe máximo da política de educação do País, seu título desmentido pela Universidade Nacional do Rosario, na Argentina [3]. Decotelli afirmara em seu currículo lattes que havia concluído doutorado na Instituição, o que não é verdade. Ele apenas estudou em Rosario, todavia, jamais defendeu tese de doutorado.

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É uma vergonha para um País que seu ministro da Educação minta. E pior: minta sobre a sua própria condição de... educação. Todavia, é praxe nesse governo: feito de gente mentirosa, sejam os que estão, ou os que estiveram no governo. Não obstante, Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça admitiu também essa semana que um de seus artigos é plágio de trabalho publicado pela ConJur (especializada em Direito).

Trata-se do texto “O aviltamento do livre exercício da advocacia em tempos de crise”, escrito pelo advogado, Marcelo Augusto Rodrigues de Lemos. Moro, que escreve texto semelhante, com trechos integralmente copiados do mencionado acima, sem que tenha dado créditos devidos, precisou ir a público para “se explicar”. E como o covarde de sempre, culpou sua ex-orientanda – que assina com ele o trabalho – por ter sido a parte plagiada construída pela co-autora, a advogada Beathrys Ricci Emerich, na revista de Relações Internacionais do Mundo Atual, da Unicuritiba. 

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Gente de pouco conteúdo.[4]

Para essa Direita pobre cognitivamente, fraca, é habitual a mentira. Para trazermos mais exemplos, apenas no alto escalão (sem contar assessores), a ministra Damares Alves, da Pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos, não é “mestre em educação” e “em direito constitucional e direito da família”, como ela dizia aos quatro cantos. Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente afirmava ser mestre em Direito Público pela Universidade Yale: também teve desmentir essa inverdade por ele mesmo produzida ao longo de anos. A única coisa em que é mestre é em “passar a boiada” nas normas do País.

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Ricardo Vélez Rodriguez e Abraham Weintraub, os ex-ministros da Educação de Bolsonaro também mentiram suas carreiras acadêmicas e produções. O primeiro gostava de dizer que era autor único de publicação importante que, ao contrário, era produção coletiva organizada por outro autor. O segundo, era “mestre” em autoplágio pela “universidade” ideológica olavista. Weintraub foi pego com artigos copiados em revistas diferentes para as quais exigia ineditismo.

Esse governo tem poucos assessores capacitados realmente para suas respectivas áreas. Todavia, as mentiras, embora revelem uma patologia crônica como condição existencial dessa gente: o prazer em mentir, o mais grave ainda não é isso. Essa turma é incompetente ao limite máximo [in]tolerável; são fascistas, portanto, querem a dor e aniquilação do outro alheio a eles. E como são de classes mais abastadas materialmente, resta aos pobres – além dos que pensem contrariamente a suas ideologias – o sofrimento e o sofrimento sem chance de revisão acadêmica: não se resolve somente com puxadinhos no currículo lattes. Resolve-se com políticas públicas, impossível para essa gente produzir.

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Quem nos dera esse “sabor” artificial do Governo Bolsonaro se evacuasse ao esgoto tão rapidamente como nosso refresco Tang – dos almoços de família.

Ah, eu não sei do que groselha é feita; contudo, tenho certo de que não faz bem para a nossa saúde.

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[1] Mesmo entre nós, pobres, ainda existem andares. Eu mesmo: como não tínhamos condições de comprar Tang, lá em casa somente era possível degustar o Ki-Suco, o mais barato e mais horrível destes refrescos (é rir para não chorar).

[2] São vendidos em saquinhos de plástico ou em outros recipientes, normalmente em torno de 20 gramas do produto que se dissolviam em cerca de 1 litro de suco. Quando se queria fazer “render” mais, até 2 litros de água viravam refresco com sódio. Alguns já vinham até adoçados. Tudo era cheio de conservadores (ops!, conservantes) químicos.

[3] Por coincidência foi a última Universidade a conceder ao ex-presidente da República, Lula da Silva, um título de Doutor Honoris CAUSA. O fato histórico ocorreu no dia 21 de maio de 2020. É o 36º deste que Lula recebe. Tal comenda, a mais alta no mundo acadêmico, somente é concedida a quem é considerado prestador de serviços essenciais para os povos ou para a ciência. Lula recebeu estes títulos, em sua maioria, por retirar milhões de pessoas da Fome e do Analfabetismo, além de outras causas humanitárias. Seus projetos serviram de inspiração a milhares de pesquisadores e gestores públicos mundo afora a fim da implementação em outros países.

No entanto, os internautas não perdoam. Por ironia, disseram que Decotelli recebeu da Rosário o título de Doutor Honoris QUASE.

[4] Não é artificial somente o conteúdo da assessoria. As políticas e infraestrutura públicas são alicerçadas em areia movediça. Bolsonaro inaugura obras que só não foram concluídas no Governo Dilma porque esta sofreu o Golpe de 16. A exemplo: a transposição do São Francisco essa semana no Ceará: 94% pronta, foi interrompida pelo jogo dos golpistas.

As poucas coisas que tenta inovar, sempre dão errado e é obrigado a recuar por inconsistência estrutural, política ou legal.

Todavia, os bolso-gadistas pensam que seu presidente faz a “revolução” no País, enquanto vemos afundar nossa Civilização.

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