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Guilherme Coutinho

Jornalista, publicitário e especialista em Direito Público. Autor do blog Nitroglicerina Política

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Bolsonaro e o pagador de promessas

Bolsonaro prometeu ser um péssimo presidente. E ,sim, está cumprindo à risca. Esse roteiro deve piorar a cada mês de governo. Não vamos esquecer que na campanha ele enalteceu a tortura, mencionou a ideia de fechar o congresso e que mandaria os “esquerdopatas” para ponta da praia (um eufemismo para assassinato)

Jair Bolsonaro faz sinal de armas com as mãos
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O filme O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte (1962), conta a história de Zé do Burro, um homem simples que faz a promessa, a uma mãe de santo, do Candoblé, de carregar uma pesada Cruz de sua terra até Salvador. O homem cumpre sua trajetória com muito esforço, mas a Cruz é rejeitada em seu destino, pelo padre católico, pelo fato de a promessa ter sido feita em religião tida como pagã.  O filme aborda o preconceito contra religiões afro e a injusta concentração de terras no sertão brasileiro. A película é até hoje a única produzida na América do Sul a conquistar a Palma de Ouro, no festival de Cannes, na França. 

Mas, para nós brasileiros, a palavra “promessa” está recorrentemente associada a campanhas políticas. Estamos, de certa forma, acostumados a promessas feitas por candidatos que nunca são cumpridas durante o mandato. Mas, hoje, no país, existe um político que está cumprindo todas as promessas de campanha, e seu nome, é, ironicamente, Jair Bolsonaro.

Não deveria haver surpresas no caos que o insano presidente vem conduzindo o país. Aliás, ele avisou, muito bem, antes de ser eleito.

Na corrida presidencial, Bolsonaro prometeu liberar o porte de armas, que colocaria “pessoas como ele” no primeiro escalão do governo, prometeu que em seu mandato não haveria um centímetro de demarcação de terras indígenas.  Bolsonaro prometeu, ainda, fomentar o agronegócio e fez troça das ONGs contra o desmatamento. Por fim, em momento algum, o Presidente prometeu qualquer política pública para preservar o meio ambiente. Nesse ponto ele tem sido bem coerente.

Na verdade, essas causas, incluindo a ambiental, foram atribuídas por ele à “esquerdalha”, para utilizar seu próprio vocabulário. Durante sua campanha, Bolsonaro  prometeu dissolver ONGs e cortar verba dessas instituições que, descaradamente, agora, ele culpa pela tragédia amazônica.

Sim, Bolsonaro prometeu ser um péssimo presidente. E ,sim, está cumprindo à risca. Esse roteiro deve piorar a cada mês de governo. Não vamos esquecer que na campanha ele enalteceu a tortura, mencionou a ideia de fechar o congresso e que mandaria os “esquerdopatas” para ponta da praia (um eufemismo para assassinato).

No filme, Zé do Burro  acaba morto pela polícia em um confronto e seu corpo é conduzido à igreja na Cruz que ele carregara, pelas pessoas mais pobres do local. Hoje, provavelmente, Jair Bolsonaro falaria em exclusão de ilicitude e, quem sabe, em promoção do policial assassino. Se contentem eleitores do Bolsonaro. Não se admirem. Foi nisso aí mesmo que vocês votaram. Jair é apenas um cumpridor de promessas 

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