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Milton Alves

Jornalista e sociólogo

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Bolsonaro e Rede Globo: ninguém solta a mão de ninguém

"A decisão de Bolsonaro de jogar milhões de reais na Rede Globo juntou a fome com a vontade de comer", escreve Milton Alves

Bolsonaro - Globo - Futebol
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Por Milton Alves 

Foi o tempo em que Bolsonaro e seu clã classificavam a emissora do Jardim Botânico de “Globolixo”. Agora é só amor, regado por verbas milionárias de publicidade — e tudo pago pelo contribuinte. E o melhor dos mundos começa a surgir, como num passo de mágica, nas telinhas dos noticiários e telejornais da empresa da família Marinho sobre o governo bolsonarista.

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A “familícia” já orientou as hordas bolsonaristas nas redes sociais para mudar a narrativa. O que vale agora é a palavra de ordem de “ninguém solta a mão de ninguém”. Ou seja, foi arquivado o discurso demagógico de ataques aos jornais e telejornais da emissora.

A mudança de orientação da política de distribuição de verbas publicitárias do governo atende aos interesses eleitorais de Bolsonaro, que apresenta sinais de desespero diante da possibilidade, cada vez mais concreta, de uma derrota para o ex-presidente Lula em outubro. O petista segue liderando as pesquisas e demonstra ampla capacidade de articulação para consolidar um vasto leque de alianças políticas pelo país.

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A campanha bolsonarista contra a Rede Globo, nos últimos três anos e meio, foi mais uma fraude política de Bolsonaro, assim como o discurso contra a velha política do “toma lá, dá cá”. Bolsonaro se entregou para o Centrão, que pilota parte do Orçamento Nacional via o famigerado e criminoso orçamento secreto — e, agora, beija a mão da Família Marinho.

De janeiro a junho deste ano, os anúncios do Palácio do Planalto na Globo aumentaram em 75%, em relação a igual período do ano passado.  Do dia 1º de janeiro a 21 de junho de 2021, a TV recebeu R$ 6,5 milhões em valores líquidos pagos por propagandas veiculadas em âmbito nacional e regional. Neste ano, no mesmo período, embolsou R$ 11,4 milhões. As informações são da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência (Secom) – órgão responsável pelas contratações de publicidade e propaganda institucional do Governo Federal.

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Ao mesmo tempo, Bolsonaro continua investindo pesadamente nas emissoras amigas – Rede Record, SBT, Jovem Pan, que despejam diariamente um farto noticiário a favor do governo bolsonarista, com ataques políticos contra a oposição, em particular, contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e sua maior liderança, o ex-presidente Lula.

A relação do governo bolsonarista com a Rede Globo, apesar da campanha fake de Bolsonaro, que chegou até a anunciar a bravata de que não renovaria a concessão da emissora, sempre foi marcada pela defesa das políticas neoliberais de privatização e de retirada de direitos da população trabalhadora executada pelo ministro da Economia Paulo Guedes.

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A Rede Globo sempre agiu em defesa da desastrosa política econômica do governo da extrema direita, que causaram a volta da fome, o desemprego massivo, o desmonte dos programas sociais, o colapso da educação pública, do sistema nacional de Cultura e o sucateamento do SUS.

É verdade que a Rede Globo teceu críticas ao negacionismo do governo Bolsonaro durante o período de maior incidência da pandemia do coronavírus. E também é verdade que nas questões dos costumes e das lutas pelas novas liberdades civis, a Globo teve uma postura crítica aos aspectos mais grotescos e obscurantistas do bolsonarismo. No entanto, o núcleo central da política do governo bolsonarista sempre foi preservado, blindado: a política econômica e as privatizações são sagradas para a Rede Globo.

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A decisão de Bolsonaro de jogar milhões de reais na Rede Globo juntou a fome com a vontade de comer. Ambos conspiram contra um triunfo popular nas urnas em outubro. Os interesses do governo da extrema direita na condução da política de destruição do Estado nacional encontra apoio e guarida das grandes corporações de mídia do país — que operam subordinadas aos ditames dos bancos e dos especuladores da ciranda financeira com os títulos do governo federal.

Uma nova política para o setor das telecomunicações é uma exigência democrática do país, para democratizar e quebrar o monopólio das grandes corporações midiáticas. Um novo modelo que fortaleça uma rede de comunicação pública, que garanta a voz e o espaço para os diversos setores da vida nacional.

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Uma reforma estrutural que elimine a propriedade cruzada dos meios de comunicação, evitando o crescente acúmulo de poder e riqueza para um punhado de oligarcas e plutocratas. É uma demanda incontornável a ser enfrentada por um futuro governo de Lula.

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