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Jose Carlos de Assis

Economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe-UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB

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Bolsonaro entre a cruz e a caldeirinha

Os grandes não perderão dinheiro com eventuais quedas de ações porque trarão o valor delas de volta oportunamente. Os pequenos poderão perder algum dinheiro, se precisarem de vender as ações rapidamente. Outros, operando no mercado futuro ou de opções, ganharão ou perderão segundo seu apetite de lucro especulativo

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Bolsonaro atravessou o Rubicão: ou ele avança, e muda a estúpida política de preços de combustíveis defendida pelo ex-presidente da empresa, Castelo Branco, ou ele recua e se desmoraliza perante seus principais constituintes, os caminhoneiros. Talvez fique numa posição intermediária, tentando compensar uma eventual queda dos preços do diesel com alguma patacoada de redução tributária. Não terá muita margem. Nem física, nem moral, embora a moral não seja propriamente seu forte.

Toda essa situação criada em torno da Petrobrás virou uma pantomima, do jeito que Bolsonaro gosta. A política de preços de combustíveis da empresa tem sido, desde Parente, e reforçada por Castelo Branco, um tapa na cara dos interesses nacionais e do povo. É extraordinário que tenha sobrevivido tanto tempo a despeito dos protestos dos caminhoneiros, que tentaram duas greves para derrubá-la.  

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No primeiro caso, em 2018, os caminhoneiros ganharam à custa do povo em geral. No segundo, surpreendentemente, estão ganhando, por enquanto, com a mudança da direção da empresa. Contudo, talvez assustado com a reação do mercado financeiro, Bolsonaro já sinalizou um recuo. Disse que não interferirá na política de preços da Petrobrás. Se recuar também da privatização das refinarias, a mudança de direção terá sido simplesmente inócua. 

Entretanto, vamos examinar a situação por inteiro, a partir da forte variação das ações da Petrobrás nos últimos dias. Bolsa não tem nada a ver com a economia real. O fluxo de caixa das empresas, o investimento delas, o lucro, o emprego, todos são totalmente descolados da sua realidade objetiva. O que chamam de perda de valor não passa de jogo especulativo manipulado por fundos que querem pressionar por lucros, bases dos dividendos. 

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O que estamos vendo é uma manipulação de mercado. Como os recursos “jogados” na bolsa, semelhantes ao jogo em qualquer cassino, são operados por fundos com recursos concentrados, eles têm poder de colocar o valor das ações no nível que quiserem, ficando de tocaia para verificar a reação do rebanho e jogar na direção contrária quando lhes convier. Agora estão operando em baixa. Voltarão ao patamar superior quando quiserem. 

Os grandes não perderão dinheiro com eventuais quedas de ações porque trarão o valor delas de volta oportunamente. Os pequenos poderão perder algum dinheiro, se precisarem de vender as ações rapidamente. Outros, operando no mercado futuro ou de opções, ganharão ou perderão segundo seu apetite de lucro especulativo. Em qualquer hipótese, nada de substancial acontecerá no mercado da economia real, como disse. 

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Há uma operação absolutamente legítima para que o Estado brasileiro aproveite essa situação e recupere a plena soberania sobre a Petrobrás e termine de vez com  a arrogante grita do mercado e de seus manipuladores: comprando suas ações na baixa. Temos reservas internacionais para que se comprem inclusive as ações da Petrobrás em Nova Iorque. Os acionistas gostarão porque as ações se valorizarão. Talvez até a Globo goste disso, se lhe forem dados alguns trocados depois da ação discreta . E todos serão felizes para sempre!

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