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Emir Sader

Colunista do 247, Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros

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Bolsonaro está derrotado

"O principal sintoma da derrota é que Bolsonaro se comporta como um derrotado. Busca terceirizar responsabilidades, intensificar as ameaças", escreve Emir Sader

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Por Emir Sader

A campanha eleitoral apenas começa e já tem o seu desenho esboçado, projetando uma derrota esmagadora de Jair Bolsonaro. A contraposição entre os dois candidatos favoritos que disputam a presidência é flagrante, não permitindo qualquer tipo de comparação entre o desempenho de um e de outro.

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O principal sintoma da derrota é que Bolsonaro se comporta como um derrotado. Demonstra que, se se contam os votos, ele perderá. Busca terceirizar responsabilidades, intensificar as ameaças.

Bolsonaro não se comporta como um vencedor, não passa, nem aos seus, o sentimento de vitória. Ao contrário, seu discurso se estrutura na perspectiva da sua derrota. O que fazer? Desconhecer o resultado? Tentar impedir as eleições, antes da derrota?

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As diferenças nas pesquisas são incontestáveis. Não apenas na opção das mulheres, dos pobres, dos nordestinos, dos negros, dos jovens – que são a grande maioria da população -, como no nivel de rejeição do Bolsonaro que, mesmo nas pesquisas menos confiáveis, nunca deixa de ser altíssimo.

E, principalmente, o Bolsonaro não revela nenhuma capacidade de reversão da sua rejeição. Nem com as mulheres, nem com os pobres, nem com os nordestinos, nem com os negros – que são a grande maioria da população. Não somente não tem discurso para eles, como seu discurso só acentua essa rejeição.

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Seu governo é um desastre, em todas as suas políticas. Na educação, na economia, na política de direitos humanos, na de segurança pública, na política de saúde pública, no plano da cultura, na política externa. Em tudo, é um desastre de governo. 

Ele não mostra nenhuma capacidade de conquistar apoios novos, ou reconquistar apoios perdidos. Suas falas e seus comportamentos, ao contrário, o fazem perder apoios, distanciar-se dos que ele deveria tentar conquistar.

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Não bastasse tudo isso, ele se enfrenta ao político de maior prestígio e apoio popular da história brasileira. A contraposição entre os dois é arrasadora para ele. Lula recorda as conquistas do seu governo, as compara com os resultados desastrosos do governo do seu adversário.

Bolsonaro está derrotado. Não revela, no tempo que resta até as eleições, possibilidades de recuperação. Nem com eventuais auxílios, nem com difícil discurso que amaine as rejeições.

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Ele se coloca já como se comportar diante de um resultado muito provavelmente negativo. Tem a possibilidade de Donald Trump, de questionar os resultados. Para isso se preparar com as propostas de contagens paralelas – inclusive dos militares – ou até mesmo da absurda e impossível possibilidade de suspensão das eleições, diante de eventuais situações de instabilidade generalizada.

De qualquer maneira, a postura do Bolsonaro é a do perdedor. Por mais que, de repente, sugira um resultado favorável, ninguém nos meios de comunicação incorpora essa possibilidade. Nestes meios a dúvida é se a vitória do Lula se dará já no primeiro turno ou no segundo. Uma passagem para o segundo turno já seria dado como uma conquista da parte de Bolsonaro.

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A possibilidade de algum movimento golpista se revela cada vez menos factível. Mesmo com a eventual participação de militares, especialmente a partir do momento em que o governo Biden e os próprios militares norte-americanos expressam posições claramente contrárias a qualquer aventura golpista.

Nem no plano interno existe ou pode haver a possibilidade de criação de um clima favorável a algum tipo de golpe. Não há participação de setores representativos na sociedade. A postura favorável de boa parte do grande empresariado não substitui a participação majoritária da população, com a qual ele não conta.

As cerca de 10 semanas até o primeiro turno das eleições presidenciais tendem a multiplicar as concentrações de massa do Lula, enquanto Bolsonaro tem dificuldades de sair do cercadinho para o qual seu discurso continua a se dirigir.

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