Bolsonaro estica a corda e atrapalha a direita
"O movimento ensaiado por Bolsonaro é visto com desconfiança por nomes da direita", escreve a colunista Rachel Vargas
Inelegível e com uma condenação batendo à porta, o ex-presidente Jair Bolsonaro tem dado sinais de que vai insistir em ser candidato à presidência. O que, inclusive, já era esperado por quem bem o conhece. A estratégia foi adotada por Lula, em 2018, quando o petista, também sujeito à condenação, teve a candidatura indeferida pelo TSE. Na ocasião, Lula passou o bastão a Fernando Haddad, a dois meses do pleito. Haddad perdeu no segundo turno.
O movimento ensaiado por Bolsonaro é visto com desconfiança por nomes da direita. A avaliação é de que o capitão vai esticar a corda para que nenhum outro nome se viabilize, mantendo assim a polarização em torno dele e de seu clã e, quando forçado a sair de cena, transferir a candidatura a alguém de muita confiança, de preferência da família. A tática impede que partidos como o União Brasil se posicione em torno de um palanque consolidado. Integrantes da legenda acreditam que enquanto não houver uma definição clara sobre o caminho da direita, o partido seguirá com o pé no governo. Leia-se, cargos.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.




