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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Bolsonaro fala em guerra, o Brasil quer paz e eleições

'As mães odeiam armas. O apelo de Bolsonaro a uma guerra particular é um chamado à violência', diz a colunista Denise Assis. 'As mulheres derrotarão o fascismo'

(Foto: MST | Fernando Frazão/Agência Brasil)
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Quando até o conservador e “direitão” Estadão, acena para a possibilidade de uma vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no primeiro turno, não há por que duvidar. E Jair Bolsonaro sabe disto. 

Sabe que o crescimento de 1% do PIB é gota no oceano de desigualdades e carências dos brasileiros, que deram as costas ao seu projeto eleitoreiro “Auxílio Brasil”, entendendo finalmente a diferença entre um programa social sólido, de um governo preocupado com o cidadão e sua família, e uma ajuda “tampão”, sem perspectiva de melhorar as suas vidas.

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Do alto dos palanques, Bolsonaro esbraveja, apelando para evangélicos - com passagens bíblicas -, tentando mobilizar policiais aposentados, com farta distribuição de armas (sob sigilo dos reais objetivos da medida) e manter o “moral” da tropa de ativistas, provocando na claque o grito de “mito”, com convocações para uma “guerra particular”. 

Essa guerra é apenas dele. Dele e dos filhos, para fugirem a um destino pós governo que não se desenha promissor. Pelo contrário. Os processos aqui e nos tribunais internacionais se avolumam. 

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Aos poucos o país vai percebendo que não basta a Bolsonaro lançar mão de manobras no orçamento “secreto”, para conquistar recônditos, não basta um coro gritando o seu nome em praças por onde inaugura obras pouco significativas, ou de vulto, mas que não foram iniciadas em seu governo.

Para manter a mídia ocupada e os seus adeptos mobilizados, criou um confronto de pouco alcance para o brasileiro médio. O povão não come urnas eletrônicas, não sabe para que serve um ministro do Supremo, mas sabe o preço do arroz, do feijão e do pão. Um eleitorado que há tempos está distante de um quilo de carne e muito perto da porta da rua, pois já não dá para pagar o aluguel. 

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Agora, com o novo projeto de sua base congressista, Bolsonaro atingiu até mesmo a proeza de ameaçar o imóvel único dos que conseguiram pagar por um teto. Ele não engana mais à parcela pobre, com a qual não dialoga. E quando o faz é para falar em armas, ou para apontá-las para as suas cabeças. Se não pessoalmente, mas através dos governadores que rezam pela sua cartilha miliciana.  Matar pretos, “favelados e feios”, como se ouve, na definição dos policiais mal preparados, repetidores dos seus preconceitos e maldades, é a sua principal orientação. 

Não se iludam. Sua “guerra” será feita pelos militares de Baixa patente, “comprados” com benesses puramente eleitorais. Em suas “fileiras” estarão, por exemplo, os PMs que adquiriram imóveis sem entrada e com burocracia zero, dos seus programas “para poucos”. Estarão também os policiais rodoviários, arregimentados com suas vãs promessas de aumento e liberdade para matar.

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Bolsonaro tenta nos acossar, nos manter “miúdos”, procura todos os dias nos infelicitar com o seu discurso de ódio, com seus dedos em posição de “arminhas” apontados para as nossas cabeças. 

Devemos, sim, nos preparar para a tentativa explicitada em suas falas cotidianas de uma baderna orquestrada. Devemos, sim, estarmos cientes de que a sua ideia é a tentativa de impedir que cheguemos à boca das urnas. Bolsonaro quer tudo sob o seu controle. Ali, diante dos botões e do “trimmm” ao final do voto, ele sabe que não tem domínio. Vale a vontade soberana de quem pilota a parafernália, e isto o enlouquece. Vale o que o eleitor quiser digitar. Um sistema bem-sucedido há anos, de funcionamento pleno, de Norte a Sul. As mesmas urnas que o permitiram e a seus filhos, chegarem lá. 

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Para quem adora a expressão, não há solução possível fora das “quatro linhas da Constituição”. Estar consciente de ter de ultrapassá-las para se manter no poder lubrifica as suas entranhas. Bolsonaro quer brincar de guerra. O Brasil está cansado e quer paz. 

Somos um país feminino. Não há num lar sequer uma mulher que queira ver um filho ou o marido com arma na mão. Da elite ou da periferia, as mulheres temem armas. As mães odeiam armas. O apelo de Bolsonaro a uma guerra particular é mais um chamado à violência. É mais um esforço desesperado de desviar a atenção do que importa. Paulo Guedes falhou. Seu governo naufragou. 

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Enquanto os índices econômicos falam de conflitos, as pesquisas preconizam tempos de paz. E serão as mulheres, que ele tanto ataca, odeia e despreza, as que dirão não aos seus arroubos bélicos. As mulheres querem servir um café às suas famílias, darem beijos em seus filhos para irem à escola ou ao trabalho, num Brasil que já não oferece nem café, nem trabalho. As mulheres sabem da sua força. Silenciosas, derrotarão pelo voto o fascismo e o ódio. A nossa guerra se dará nas urnas. Urge desmontar os seus planos de baderna para chegarmos até elas. Precisamos acreditar. Não passarão. 

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