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Weiller Diniz

Jornalista especializado em cobertura política, ganhador do prêmio Esso de informação Econômica (2004) com passagens pelas redações de Isto É, Jornal do Brasil, TV Manchete, SBT. Também foi diretor de Comunicação do Senado Federal e vice-presidente da Radiobrás, atual EBC.

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Bolsonaro fede

"Sua existência estéril, opaca e macerada é tracejada pelo extermínio, pelo desejo de ferir, a índole de eliminar e a compulsão por exterminar. A morte sempre foi sua meta, o ódio apenas o método sádico", descreve o colunista Weiller Diniz

Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)
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Por Weiller Diniz

O capitão Bolsonaro, sua linhagem torpe e os desmiolados que se enrodilham no poder carregarão para a eternidade, para suas covas infectas, o carimbo indelével da vergonha, o selo da infâmia, o peso do genocídio, o pesadelo da indigência e a maldição da estupidez. A marca Bolsonaro é podre. Ele intoxica o país com aromas putrefatos das mais mórbidas necrópoles. A trajetória purulenta dessa escória sub-humana é cravejada pela morte. Sua existência estéril, opaca e macerada é tracejada pelo extermínio, pelo desejo de ferir, a índole de eliminar e a compulsão por exterminar. A morte sempre foi sua meta, o ódio apenas o método sádico. Bolsonaro fede a muitas pestilências, sobretudo recende a morte.

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A falange macabra de Bolsonaro é ancestral. A fedentina fúnebre o circunda como as varejeiras em fezes impuras. Na escalada da pandemia desprezou com um “e daí?” a superação dos números da China. Dias antes excrementara: “brasileiro tem que ser estudado. O cara não pega nada. Eu vi um cara ali pulando no esgoto, sai, mergulha…Tá certo?! E não acontece nada com ele”. As metáforas nauseabundas, características dos esgotos onde ele e sua prole foram crismados, são inquilinas confortáveis da débil cognição do capitão. A marcha patogênica da insanidade diante da pandemia nos envergonhou e, 15 meses depois, nos apresenta a dolorosa soma superior a 500 mil mortes. Meio milhão de sonhos abortados, de vidas ceifadas precocemente, de planos interrompidos, de futuros abreviados e milhões de famílias destroçadas eternamente.

O trote do descaso é longo e criminoso. Chegou a decretar o fim da pandemia, em 12 de abril de 2020. Eram 22 mil casos e a marca dos primeiros mil óbitos: “Parece que está começando a ir embora essa questão do vírus”. O negacionismo, desmentido pelas valas e corpos empilhados em todo Brasil, vem sendo desmascarado dia a dia. Em 20 de abril de 2020, quando atingimos 40 mil infecções e 2,5 mil mortes: “Eu não sou coveiro”, disse em outro solavanco de demência. Antolhado em crenças vaporosas como flatulências, seguiu receitando o medicamento fatal, a cloroquina – proscrita no mundo – e terceirizando os próprios fracassos. “Brevemente o povo saberá que foi enganado por esses governadores e por grande parte da mídia nessa questão do coronavirus”, golfou, equivocadamente, no final de março do ano passado somando mais de 200 desvarios declarados durante a pandemia.

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Bolsonaro fede, fede a milícia. A promiscuidade com a face mais assustadora da morte, que executou a vereadora Marielle Franco, é íntima e reiterada. Flávio Bolsonaro condecorou o miliciano Adriano da Nóbrega e empregou a mãe e mulher do chefe do escritório do crime. O mesmo Flávio Bolsonaro disse na Alerj, fonte da sua cornucópia, em 2007: “A milícia nada mais é do que um conjunto de policiais, militares ou não, regidos por uma certa hierarquia e disciplina, buscando, sem dúvida, expurgar do seio da comunidade o que há de pior: os criminosos”. O pai babujou: “Elas oferecem segurança e, desta forma, conseguem manter a ordem e a disciplina nas comunidades. É o que se chama de milícia. O governo deveria apoiá-las, já que não consegue combater os traficantes de drogas. E, talvez, no futuro, deveria legalizá-las”.

Bolsonaro fede, fede a tortura. O culto a morte, ao armamentismo, a idolatria a sanguinários e a eliminação dos oponentes resumem o ideário débil e febril do capitão. “Só vai mudar, infelizmente, quando um dia nós partirmos para uma guerra civil., aqui dentro e fazendo o trabalho que o regime militar não fez: matando uns 30 mil…Se vai morrer alguns inocentes, tudo bem, tudo quanto é guerra morre inocente”, apregoou em 1999. Após 3 décadas a profecia macabra explodiu na gestão Bolsonaro, sacrificando 500 mil inocentes, brasileiros que apenas sobreviviam anônimos, indiferente aos palácios, hoje encharcados de sangue, conspurcados por dores seculares, lágrimas e cicatrizes hemorrágicas.

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Ao votar contra Dilma Rousseff, o capitão reverenciou o ex-chefe do Doi-Codi, o condenado Carlos Alberto Brilhante Ustra, síntese do sadismo assassino da ditadura. Na presidência estendeu o tapete vermelho sanguinolento para outro troglodita, major Curió, comandante da repressão no Araguaia, que resultou em 41 mortes. Enalteceu o ditador Alfred Stroessner: “um estadista que sabia perfeitamente que seu país, o Paraguai, só poderia continuar progredindo se tivesse energia. Então, aqui está minha homenagem ao nosso general Alfredo Stroessner”. Augusto Pinochet, outro facínora frio e cruel, também foi reverenciado por ele. Elogiou-o ao criticar Michelle Bachelet: “Se não fosse a equipe de Augusto Pinochet, que derrotou a esquerda, incluindo seu pai, hoje o Chile seria uma Cuba”.

Bolsonaro fede, fede ao nazismo. O que ele pensa, diz e pratica rotineiramente tem similitudes despudoradas com o 3 Reich: deslegitimar as instituições, sabotar a democracia, hostilizar a imprensa, culpar a esquerda pelos fracassos, incensar a mitomania ignorante, mentir como método, gastar na propaganda de falsidades alienantes, o culto à morte, o belicismo, a militarização dos cargos civis, a montagem de polícias políticas, de espionagens paraestatais e a disseminação do ódio contra todas as minorias, adversários, pensadores, escritores e a academia. Endossou a selvageria extremista na invasão do Capitólio nos EUA, comandadas por bárbaros ultradireitistas. Em suas catacumbas, o governo abrigou e ainda homizia eugenistas e supremacistas brancos.

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A Secretaria de Comunicação da Presidência, então chefiada por Fábio Wajngarten, produziu uma peça publicitária em maio de 2020, em plena ascensão da pandemia contra o isolamento. Ela foi compartilhada pelo capitão e pregava: “O trabalho, a união e a verdade nos libertará”. Há dois erros grosseiros. O de concordância e a inconcebível correspondência fúnebre à inscrição nazista na entrada do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia: “Arbeit macht frei” (o trabalho liberta). O escorregão linguístico foi corrigido. As semelhanças da peça com nazismo são eternas como as câmaras de gás. O ex-chefe da diplomacia suicida, isolacionista e servil aos EUA, Ernesto Araújo, também foi pressionado a se retratar por comparar erroneamente o isolamento social exigido pela pandemia aos campos de concentração.

Em janeiro de 2020, ao som do compositor favorito de Adolf Hitler, Richard Wagner, o tosco secretário de Cultura de Bolsonaro, Roberto Alvim, plagiou trechos de um pronunciamento do ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels: “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada”, tropeçou Alvim em vídeo. Goebbels disse: “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferrenhamente romântica, será desprovida de sentimentalismo e objetiva, será nacional com um grande pathos e será ao mesmo tempo imperativa e vinculante – ou não será nada”. A fala de Alvim resgatava a “limpeza” cultural dos carniceiros do amaldiçoado Terceiro Reich.

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O assessor internacional da Presidência da República, Felipe Martins, foi filmado em março de 2021 reproduzindo um gesto durante o depoimento do então chanceler, Ernesto Araújo, ao Senado, sobre as dificuldades do Brasil na aquisição de vacinas contra Covid-19. Uma semana depois, Araújo foi enxotado do ministério. Senadores protestaram contra Felipe Martins. Para alguns o gesto com a mãos seria obsceno e, para outros, um símbolo supremacista da raça branca. O assessor alegou que ajustava a lapela do paletó e negou a eugenia, que exterminou mais de 6 milhões no holocausto. O mesmo gesto foi reproduzido por um aliado de Bolsonaro nas cercanias do Alvorada: “Sei que é um gesto bacana, mas não pega bem pra mim”, contemporizou Bolsonaro que já defendeu segregar alunos “atrasados”.

Bolsonaro fede, fede a golpe. A espiral autoritária desinibiu-se em 19/4/2020, em frente ao quartel general do exército. O capitão, em uma espécie de teste e transe doentio, disse que não negociaria “nada” e repeliu a “velha política”. Se referia ao centrão, agora acomodado no poder e remunerado com orçamentos paralelos contra do impeachment.No dia 3/5/2020 o capitão afirmou no Planalto ter as forças armadas. Em 22/5, mesmo dia da reunião em que ameaçou intervir, após cogitada a apreensão do celular de Bolsonaro, Augusto Heleno endossou: “…O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República alerta as autoridades constituídas que tal atitude é evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”.

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Depois de capitular ao veto do STF a posse de Alexandre Ramagem na PF, em 28/5/2020, insistiu: “Acabou, porra”. Em 27/5/2020, Eduardo Bolsonaro disse que a ruptura era certa. Não era “se”, mas “quando”. Em 17/6/2020 a bravata do capitão atingiu o ápice ao reagir contra a quebra de sigilo de aliados investigados no STF: “Eles estão abusando… está chegando a hora de tudo ser colocado no devido lugar”. O capitão se referia, claro, ao STF. No mesmo dia, Flávio Bolsonaro, denunciado por crimes de corrupção, não quis “radicalizar”. No dia seguinte Fabrício Queiroz foi capturado e silenciou o toque dos corneteiros da quartelada. Mas a conspiração nunca foi abandonada. O novo mote da ruptura pré-datada é a farsa do voto impresso, sem o qual Bolsonaro diz que perderia a eleição. Será o golpe mais frustrado do eunuco.

Bolsonaro fede, fede a corrupção. Os malfeitores o rodeiam, os infames o exaltam, os degenerados o louvam, os vis o bajulam, os delinquentes o circundam, os salteadores o protegem, os assassinos o seguem, os fascistas o servem e os golpistas o celebram. Toda horda de facínoras encontra acolhida no valhacouto bolsonarista. Entre os salteadores mais renomados da Nação, instalados no poder, estão dois célebres presidiários: Valdemar Costa Neto e Roberto Jefferson. Valdemar Costa Neto é uma lenda do crime. Em dezembro de 2013 foi em cana: 7 anos e 10 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no mensalão. Roberto Jefferson é chave de cadeia. Sentenciado a 7 anos de cadeia por corrupção e lavagem de dinheiro cumpriu 1 ano e 3 meses, apenas. O STF, objeto de sua fúria golpista, o liberou.

O ex-ministro do Turismo, que ninguém se recorda o nome, foi denunciado pelo laranjal do PSL. O ex-ministro, exterminador do meio ambiente, outro nome desprezível, também está emporcalhado em corrupção. Os malfeitos da gestão estão vindo à tona. A CPI do Senado levantou a corrupção grossa na compra de uma das vacinas. Numa inversão de valores, o servidor que denunciou a trama, cumprindo o dever funcional, é intimidado com uma investigação. O partido que elegeu Bolsonaro é investigado em vários estados. Abraham Weintraub, que defendeu a prisão dos “malandros” do STF evadiu-se. Onyx Lorenzoni pagou para escapar do crime confesso de caixa 2. O vice-líder do governo, Senador Francisco Rodrigues também foi alvo de uma busca e apreensão vexatória, que encontrou dinheiro nas nádegas dele. A ministra Flávia Arruda é casada com José Roberto Arruda, cuja carreira política é sinônimo de corrupção.

A corrupção fede, transborda na família Bolsonaro. O primogênito Flávio Bolsonaro é acusado de corrupção com números superlativos e denunciado, mas finge que não enquanto esgueira-se as sombras camuflado nos poderes do pai. A suspeita carteira imobiliária da organização Bolsonaro soma perto de 40 transações, entre aquisições e vendas. Os valores superaram R$ 10 milhões, somando os negócios do patriarca, filhos, mãe e madrasta em apartamentos, terrenos, casas e salas. Jair Bolsonaro negociou 14 imóveis. Flávio, o modesto, chegou a 21 operações imobiliárias. O destaque do empreendedorismo da ‘Casa Nostra’ é a mansão de R$ 6 milhões no condomínio da opulência brasiliense.

Bolsonaro fede a trevas, exala a pestilência dos bárbaros, emana o miasma dos esgotos civilizatórios. Suas crenças obscurantistas são medievais, anticientíficas e fatais. Seu intento é confinar os brasileiros na escuridão das cavernas, escravizar-nos na ignorância e na alienação de universos paralelos fictícios. Ao contrário do mito das cavernas, que buscava luz, liberdade e conhecimento fora das catacumbas, a seita bolsonarista ambiciona o reverso. Almeja que todos vivam como trogloditas, ogros imbecilizados, de porrete na mão espalhando violência, morte, ódio, vinganças e desprezando a vida, a civilidade, a ciência e a luz. A fedentina que os recobre seguirá o inflexível curso da história e terá seu ocaso muito em breve.

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