Segundo o recém empossado ministro da educação, Abraham Weintraub, que inconvenientemente não entende absolutamente nada da pasta, as universidades públicas tem aproveitamento insuficiente e promovem "balbúrdia". O discurso público do ministro contradiz os próprios números oficiais que apontam que são as universidades públicas as mais bem posicionadas nos rankings nacionais e internacionais.
Mas Bolsonaro e seus lacaios preferem criar uma realidade paralela para justificar seus equívocos políticos e administrativos, ao mesmo tempo que iludem o povo com ridículas propostas e simplificações.
Com pouco mais de 100 dias no governo, o presidente continua mentindo para os brasileiros e brasileiras. Se aproveita do desespero de milhares de pais e mães que anseiam por creches e escolas de qualidade para promover dioturnamente uma verdadeira campanha difamatória contra intelectuais, cientistas e professores.
É uma farsa absoluta que o novo contingenciamento de 30% do orçamento das instituições universitárias serão revertidos para reestruturação do ciclo básico. O único projeto por parte do governo federal é de corte irrestrito dos gastos com educação.
Só o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que dentre outras coisas cuida da merenda e do transporte escolar, sofreu restrição na ordem de 2,5 bilhões. O corte faz colapsar todo planejamento pedagógico e orçamentário feito para o ano letivo de 2019.
Além disso, os correligionários do PSL continuam a defender efusivamente nas tribunas legislativas a diminuição da fatia de 10 % do PIB destinado ao financiamento da educação.
Ao mesmo tempo, os profissionais da educação sobrevivem com seus combalidos salários precisando quase sempre de bicos extraclasse para manter dignamente o sustendo de suas famílias. Os concursos públicos continuam emperrados, impossibilitando que milhares de jovens formados ingressem na carreira do magistério.
Por parte de Bolsonaro e seu ministro não existe uma proposta para construção de novas escolas, expansão do tempo de permanência dos discentes em aula, ou formação continuada para professores. O que sobra é incentivo para que alunos promovam ações de perseguição, patrulha ideológica e constrangimento de seus professores, através de gravações ilegais que ferem a liberdade de cátedra e o direito à propriedade intelectual.
Bolsonaro, Olavo de Carvalho, o ministro Abraham Weintraub e os correligionários do PSL e da extrema direita querem mesmo é acabar de vez com a escola, os livros e o pensamento crítico. Eles atuam para nos transformar em máquinas produtivas do mercado, escravos de nossa necessidade material de sobrevivência.