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Joaquim de Carvalho

Colunista do 247, foi subeditor de Veja e repórter do Jornal Nacional, entre outros veículos. Ganhou os prêmios Esso (equipe, 1992), Vladimir Herzog e Jornalismo Social (revista Imprensa). E-mail: joaquim@brasil247.com.br

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Bolsonaro, o Einstein e o Vila Nova Star: mistério e refúgio desde o caso Adélio

Advogado que ajudou Meyer Nigri a levar o médico Macedo para Juiz de Fora foi proibido de entrar no Einstein depois da primeira internação do ex-presidente

Jair Bolsonaro internado (Foto: Reprodução)
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Ao falar sobre o evento de Juiz de Fora, na live do canal de Abraham Weintraub, o advogado e ex-bolsonarista Victor Metta (sim, existe ex-bolsonarista) disse que, após a internação de Jair Bolsonaro, em setembro de 2018, foi proibido de entrar no Einstein.

"Deu uma confusão, teve a parte suja do processo, depois eu fui proibido de entrar no Einstein, me colocaram lá como militante de esquerda, teve um bando de…, a campanha foi assim, do começo ao fim", disse ele em abril do ano passado, ao recordar os fatos de 2018.

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A confusão está associada à ida do oncologista e gastrocirurgião Antônio Macedo para Juiz de Fora, horas depois do evento que envolveu Bolsonaro e Adélio Bispo de Oliveira. 

Foi Victor Metta quem levou Macedo para a cidade mineira em seu avião particular, depois de se articular com Meyer Nigri, o empresário agora investigado por disseminar fake news e discurso de ódio a partir do comando de Bolsonaro.

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O Einstein não se manifesta sobre os fatos mencionados por Victor Metta, nem comenta a saída de Antônio Macedo dos quadros do hospital alguns meses depois das primeiras internações de Bolsonaro, ainda em 2019.

O hospital foi procurado pela Polícia Federal no início do inquérito sobre o evento de Juiz de Fora, que queria o prontuário de Bolsonaro. O hospital se limitou a fornecer um relatório, que descreve os procedimentos ali realizados.

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É este o documento que está no processo e a que tive acesso quando realizei a apuração em Juiz de Fora, para o documentário "Bolsonaro e Adélio - Uma fakeada no coração do Brasil", que acabaria censurado pelo YouTube. Mas está disponível na ClaroTV.

Uma cópia do documento foi fornecida pelo juiz Bruno Sabino, da 3a. Vara Federal de Juiz de Fora. Ele não permitiu que eu olhasse o processo, mas disse que forneceria cópia de tudo aquilo que eu pedisse.

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Pedi o prontuário, entre outros documentos. Pedi no escuro, já que não é possível saber exatamente o que o processo contém. As indicações das peças foram feitas a partir da sentença do juiz.

Era o que tinha à disposição.

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Antônio Macedo passou a atender no Vila Nova Star – onde Bolsonaro se internou nesta quarta-feira –, depois de mais de 40 anos de atuação no Einstein e de se firmar no hospital da comunidade judaica como um dos médicos mais prestigiados.

Macedo não foi o único médico de peso contratado pelo Vila Nova Star, inaugurado em 2019, coincidentemente depois do evento de Juiz de Fora (e é coincidência mesmo, já que a construção do hospital tinha começado bem antes).

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Seria coincidência também a ascensão da Rede D'or durante o governo Bolsonaro? O grupo já era grande, com a rede de hospitais pelo Brasil, mas o grupo fundado pelo médico e milionário Jorge Moll deu um salto maior de 2019 para cá.

Adquiriu a empresa de planos de saúde SulAmérica e parte expressiva do controle acionário do grupo Qualicorp, a maior administradora de planos de saúde do Brasil. Tudo com autorização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) 

Bolsonaro acompanhou Macedo na sua transferência para o Vila Nova Star e parece ter uma ligação muito forte com ele, a ponto de, em janeiro de 2022, estar no centro de uma operação aérea para ser atendido por esse médico

Bolsonaro estava no litoral de Santa Catarina quando, segundo boletim médico, sofreu uma obstrução intestinal por conta de um camarão mal mastigado. Ele veio a São Paulo no avião presidencial e Macedo foi trazido de jatinho da Bahamas, onde passava as festas de fim de ano com a família.

Até hoje, não se sabe quem pagou a conta dessa operação aérea. Mas o fato é que, após três dias de internação, não houve cirurgia, Macedo e Bolsonaro falaram à imprensa e o então presidente foi publicamente orientado a mastigar mais vezes a comida.

Na época, Bolsonaro sofria um desgaste por conta das enchentes no sul da Bahia, que deixaram mortos e desabrigados, enquanto Bolsonaro aparecia na TV e nas redes sociais se divertindo na praia.

"Espero não ter que voltar antes", disse ao ser perguntado sobre a tragédia na Bahia. Foi muito criticado. Um dia depois da declaração, a notícia era que, em razão do ataque de Adélio Bispo de Oliveira três anos e quatro meses antes, tinha tido complicação intestinal.

Como até o UOL, do Grupo Folha, reconhece: "Internações de Bolsonaro coincidem com crises pessoais e na família"

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