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Alex Solnik

Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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Bolsonaro precisava nocautear, mas Lula ganhou por pontos

"Por ter sido o mais agredido e não ter ido à lona, Lula pode ser considerado o grande vencedor da noite. Por pontos", diz Alex Solnik

Luiz Inácio Lula da Silva (à esq.) e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/TV Globo)

Não entendo como as campanhas presidenciais aceitaram o formato do debate de ontem na Globo. Sobretudo a de Lula. Quatro blocos dedicados somente a perguntas e respostas entre os candidatos, sem uma só pergunta de jornalista, geraram duas consequências indesejáveis: ora parecia uma luta de UFC, ora um conchavo entre amigos, dependendo das duplas. 

Quando Lula e Bolsonaro se defrontaram o cenário se transformou num ringue, com uma penca de direitos de resposta; quando entravam em cena Bolsonaro e o padre Kelmon, virava cenário de novela das 6. 

Dobradinhas se formaram também entre Bolsonaro e Felipe D’Ávila, entre Simone e D’Ávila, Ciro e Simone e entre Simone e Soraya. 

 Lula não teve nenhum aliado, contra dois de Bolsonaro.  

 Ficou na cara que Lula e Bolsonaro eram os protagonistas, e os demais, coadjuvantes.

Lula foi atacado pelos outros seis, mesmo quando não interagiam com ele; Bolsonaro, por quatro: Lula, Ciro, Simone e Soraya. 

Por ter sido o mais agredido e não ter ido à lona, Lula pode ser considerado o grande vencedor da noite. Por pontos. 

Bolsonaro, que precisava nocauteá-lo para mostrar poder de reação na reta final, fracassou.   

 Foi sua última chance.

Os indecisos, o público alvo, só vão decidir na cabine indevassável.    

Quem ganhou o debate foi a Globo, que raramente tem uma audiência tão grande a essa hora da noite.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.