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Gilvandro Filho

Jornalista e compositor/letrista, tendo passado por veículos como Jornal do Commercio, O Globo e Jornal do Brasil, pela revista Veja e pela TV Globo, onde foi comentarista político. Ganhou três Prêmios Esso. Possui dois livros publicados: Bodas de Frevo e “Onde Está meu filho?”

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Bolsonaro recuou mesmo? Ou é tudo jogo de cena para o que pode vir?

"Muita calma nessa hora. Melhor não desdenhar dos Bolsonaro quando assunto é maldade, mentira e manipulação. Nesta mesma quinta-feira em que soltou a carta boazinha e, pelas mãos de Temer, telefonou para o seu maior desafeto, Bolsonaro dava sinais de quem nem tudo seria flores"

Jair Bolsonaro, Michel Temer e Alexandre de Moraes (Foto: Divulgação)
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Não pode ter crise de consciência quem não tem consciência. Não há como se esperar qualquer rasgo de bom senso de quem é o próprio nonsense. Ou contar com uma atitude sensível ou humanitária de alguém cujo comportamento cotidiano - por pensamentos, palavras e atos – nada guarda de sensibilidade, muito menos de humanidade. Não se pode crer que é sincero quem não cultiva a sinceridade. Nem aguardar a verdade de quem gosta tanto de mentira que tem as fakenews como princípio, a ponto de editar medida provisória para blindar que as comete.

Então, como cair na nova de Jair Bolsonaro, traduzida de uma carta de suposto arrependimento pelos crimes contra a democracia cometidos ao longo do seu governo, em particular, na "festa cívica” (por Augusto Aras) de 7 de Setembro? Não dá para ter o mínimo de confiança no presidente da República porque ele mesmo não se faz confiar. Na medida em que pratica o “diz pela manhã e desdiz à noite”, o próprio presidente nos brinda com o benefício da dúvida a respeito de tudo o que ele prega ou faz.

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Ainda mais incrível torna-se a parola quando precedida da consultoria de Michel Temer, um craque na arte de dissimular e de trair, um mestre do golpe. Foi Temer que levou a tal carta praticamente pronta para o seu colega em exercício dar uma vista deolhos, fazer um ajustezinho aqui e outro ali, e divulgar o texto sem, sequer, corar de vergonha. Da mente do ex-presidente para a do atual, a missiva não nega as suas origens e deixa nas entrelinhas um jeito de falsidade que se espalha no ar.

É suspeito o tom da carta, como suspeitos são os autores e tudo que os cerca. São suspeitas as escusas apresentadas ao ministro Alexandre Moraes, hoje, para Bolsonaro e para os bolsonaristas, o símbolo da “perseguição política” do Supremo Tribunal Federal contra os “homens de bem”. Até para Moraes, o presidente ligou. Foi tudo rápido demais, Uma virada esdrúxula de quem acusava o STF de “jogar fora das quatro linhas” da Constituição, e prometia fazer o mesmo. Foi uma mudança de atitude nada sutil de quem, ainda ontem, ouvia em silêncio e sem qualquer gesto de reprovação os seus adeptos prometerem matar Moraes.

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É suspeita até a forma como alguns dos apoiadores bolsonaristas de primeira linha passaram a criticar seu amo e senhor. Gente como o caminhoneiro Zé Trovão, como o irascível blogueiro Alan dos Santos, o comentarista de extrema-direita Rodrigo Constantino e a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), mal engoliram as palavras de Bolsonaro e já estavam tratando o mito deles pelos piores impropérios, de “frouxo” a “traidor”. “Game over”, chegou a bradar o blogueiro dos Bolsonaro. Há que se desconfiar, também, dessa onda de indignação. São pessoas da cozinha do presidente que não dão um passo sem o aval do Planalto. Muito estranho esse “motim”.

 Muita calma nessa hora. Melhor não desdenhar dos Bolsonaro quando assunto é maldade, mentira e manipulação. Nesta mesma quinta-feira em que soltou a carta boazinha e, pelas mãos de Temer, telefonou para o seu maior desafeto, Bolsonaro dava sinais de quem nem tudo seria flores e seu clã fazia o mesmo. O senador Flávio Bolsonaro, o 01, pediu calma aos apoiadores: “Confiem, ele sabe o que está fazendo e é para o bem do Brasil!”. Será mesmo? E o próprio Bolsonaro carimbou: “Dá um tempo, dá uns 2, 3 dias pra gente". Mais claro impossível, alerta com data e tudo mais.

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Lidamos com quem tem o golpe no DNA. Olho neles!

 

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